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Juros nos depósitos têm maior subida em 11 anos. Renegociações são 32% do novo crédito à habitação

A taxa de juro dos novos depósitos ascendeu a 0,56%, a maior subida mensal em 11 anos. Portugal passa assim a ser o quarto país que menos remunera o dinheiro parado nos bancos na Zona Euro.

Os juros dos depósitos caíram pelo segundo mês consecutivo, tendo atingido       os 0,05% em setembro, segundo dados do Banco de Portugal.
Tiago Sousa Dias
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A taxa de juro dos novos depósitos a particulares atingiu 0,56% em janeiro, a maior subida mensal em 11 anos, revelou esta sexta-feira o Banco de Portugal (BdP) numa nota estatística.

No primeiro mês do ano o montante de novos depósitos a particulares foi de 5.727 milhões de euros, uma subida face aos 5.156 milhões de euros em dezembro. O BdP destaca os novos depósitos com prazo de 1 a 2 anos que estão a ser remuneradas a uma taxa de juro média de 1,13%, face a 1% em dezembro, e que corresponderam a 19% do montante de novos depósitos (8% em dezembro).

Relativamente à maturidade dos dinheiro parado nos bancos, os novos depósitos com menos de um ano, bem como os superiores a dois anos diminuíram substancialmente, de 89% para 79% e de 3% para 2%, respetivamente.

"Com este aumento das taxas de juro, Portugal deixou de ser o país da área do euro com a taxa de juro de novos depósitos mais baixa, mas permanece abaixo da média (1,64% em janeiro)", salienta o BdP.

Entre os países da Zona Euro, Portugal passa assim a ser quarto que pior remunera, sendo que a tabela é liderada por França que paga 2,37%, Itália (2,12%) e a Eslováquia (2,06%).

Já os novos depósitos a prazo às empresas totalizaram 4.883 milhões de euros, dos quais a esmagadora maioria (98%) foi aplicado em depósitos a prazo até um ano. Em janeiro, a remuneração média foi de 1,05%, acima dos valores de dezembro (0,97%). A média da Zona Euro encontra-se em 1,97%.

Renegociações representam 32% dos novos empréstimos para habitação própria permanente

Em janeiro, as renegociações representaram 32% do montante de novos empréstimos à habitação, mantendo o aumento que se verifica desde junho de 2022, à exceção de novembro em que o valor se manteve inalterado.

Relativamente aos tipos de taxa na concessão de novos créditos para habitação própria permanente há um aumento considerável dos empréstimos a taxa mista, que passaram de 16% em dezembro, para 24% em janeiro, sendo que a preferência por taxa variável se mantém com 69%, face a 76% no último mês do ano. Já os créditos a taxa fixa mantiveram-se inalterados nos 7%.

Crédito concedido em janeiro foi inferior em todas as finalidades

Os bancos concederam 1.920 milhões de euros em novos empréstimos às famílias em janeiro, inferior em 102 milhões ao registado em dezembro. "Os montantes concedidos em janeiro foram inferiores aos de dezembro em todas as finalidades", indica o BdP.

O juro médio dos novos créditos à habitação subiu menos do que no último mês de 2022, passando de 3,24% para 3,32%. Especificamente nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média foi de 8,48%, face a 7,97% em dezembro.

No caso dos novos empréstimos às empresas o montante desceu em 2.032 milhões fixando-se em 1.288 milhões no primeiro mês do ano. Já a taxa de juro média subiu novamente para 4,7%, tinha sido de 4,44% em dezembro. "Esta subida reflete o aumento da taxa de juro média dos empréstimos até um milhão de euros (de 4,45% para 4,91%)", salienta o supervisor.

Já nos empréstimos acima de um milhão de euros, a taxa de juro manteve-se em 4,42%.
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