Os maiores bancos portugueses já reportaram os seus números do primeiro semestre, tendo demonstrado nas contas as dificuldades da actual situação económica do país. Assim, no total os prejuízos acumulados no semestre pela banca nacional supera os mil milhões de euros, com quatro entidades a reportarem resultados negativos e apenas duas lucros.

O banco com maiores prejuízos continua a ser o BCP. O banco liderado por Nuno Amado fechou o primeiro semestre do ano com um resultado negativo de 488,2 milhões de euros, o que ainda assim representa uma melhoria face ao semestre homólogo, altura em que os prejuízos ascenderam a 544,3 milhões de euros.

A contribuir para o prejuízo do BCP esteve a imparidade no valor de 121,7 milhões de euros devido à subscrição de acções ordinárias do Piraeus Bank e à operação de descontinuação da unidade grega.

O segundo banco que maiores prejuízos registou foi o BES, o que foi recebido pelo mercado com alguma surpresa. Os resultados foram pressionados pelas imparidades para crédito malparado. As provisões cresceram 75,3% para 747,3 milhões de euros, o que contribuiu para que o banco reportasse um prejuizo de 237,4 milhões de euros.

O banco estatal também revelou maiores desafios no primeiro semestre, tendo registado um prejuízo de 181,6 milhões de euros, num período em que a margem financeira, o produto bancário e as comissões líquidas caíram.

O Banif apresentou um prejuízo de 196 milhões de euros, num período em que o banco registou uma queda da margem financeira e o aumento das provisões e imparidades. Apesar de ter verificado um aumento dos prejuízos face ao mesmo período homólogo, em cadeia a margem financeira até melhorou.

No total, estas quatro instituições registaram prejuízos de 1,1 mil milhões de euros, agravando os resultados face ao mesmo período do ano passado. A contribuir fortamente para este acentuar de prejuízos esteve o facto do BES também ter reportado resultados negativos no primeiro semestre deste ano, já que no ano passado registou lucros de 25,5 milhões de euros.

Do lado oposto estiveram apenas duas entidades: o BPI e o Santander Totta, ambos com lucros no período, apesar de registarem quebras nos seus resultados.

O BPI apresentou uma queda de 30,7% dos seus lucros para 58,9 milhões de euros. Apesar da queda os números superaram as estimativas dos analistas.

Já o Santander Totta anunciou um lucro de 30,9 milhões de euros, o que também corresponde a uma quebra face ao período homólogo. Ainda assim, quando analisados os dados trimestrais, o banco liderado por Vieira Monteiro registou uma melhoria dos números.