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Portugueses não vão ouvir explicações do presidente da auditora do BES e do BESA
Sikander Sattar protagoniza a terceira audição da comissão de inquérito que está a tentar perceber o que se passou no BES que será feita totalmente sem a presença de jornalistas.
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Sikander Sattar é o presidente da KPMG Portugal. É também o presidente da KPMG Angola. A KPMG Portugal era a auditora do BES na última década. A KPMG Angola era a auditora do BES Angola nos últimos anos. Sattar já falou na comissão de inquérito sobre o cargo que exercia na auditora em Portugal. Esta quarta-feira, vai falar enquanto presidente da auditora em Angola. Mas os portugueses não vão ouvir as suas explicações.
Na primeira vez que esteve na audição, Sattar não quis falar sobre a auditoria em Angola porque tinha sido chamado para falar enquanto auditor do BES em Portugal. Teve, aliás, uma parte da audição à porta fechada mas, antes disso, prestou declarações com a presença de jornalistas.
Contudo, os deputados quiseram-no chamar para prestar declarações enquanto presidente da KPMG Angola. Mas Sattar dirigiu um pedido à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES: que a audição fosse à porta fechada, dado a sua audição incidir sobre matéria sob segredo bancário num Estado não nacional, solicitou que fosse à porta fechada", conforme explicou o presidente da comissão, Fernando Negrão.
Os deputados dos partidos representados na comissão de inquérito (PSD, PS, CDS, PCP e BE) aceitaram este pedido. É assim a terceira audição feita sem que os portugueses possam ter acesso ao que é dito. José Castella, tesoureiro do Grupo Espírito Santo, e Francisco Machado da Cruz, contabilista do grupo, foram ouvidos à porta fechada, apesar de serem duas peças-chave da queda do BES e do GES – os mais altos nomes do banco e do grupo defendem que Castella, Machado da Cruz e Salgado controlavam as contas e movimentos deste universo Espírito Santo.
A audição de Sikander Sattar está marcada para as 16 horas desta quarta-feira, 14 de Janeiro. A KPMG não detectou as falhas do grupo a tempo de impedir a resolução do banco embora defenda que foi ela que reconheceu problemas nas contas do primeiro semestre. Quanto à auditoria em Angola, a KPMG ainda não deu explicações.