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Ricardo Salgado não comenta declarações de Machado de Cruz e reitera disponibilidade para voltar ao Parlamento
O antigo líder do BES reafirmou que não pretende, "por maior que seja a sua vontade", comentar declarações prestadas na Comissão Parlamentar de Inquérito, especialmente aquelas que possam ser atribuídas a Machado da Cruz. Ricardo Salgado diz-se totalmente disponível para voltar à CPI se os deputados quiserem.
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Num comunicado divulgado esta terça-feira, o antigo líder do BES, Ricardo Salgado, explica que não pretende comentar, "por maior que seja a sua vontade", as declarações atribuídas a Machado da Cruz, o antigo contabilista da Espírito Santo International (ESI).
Salgado começa o comunicado por notar que as afirmações atribuídas ao antigo "commissaire aux comptes" no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de 8 de Janeiro representam uma "violação das regras definidas pela própria". De seguida, o ex-líder do BES reiterou o "princípio de não comentar depoimentos prestados na CPI", especialmente quando estes tenham sido feitos à porta fechada. Já na passada quinta-feira, Salgado recusara-se comentar ao Negócios a posição assumida por Machado da Cruz no Parlamento.
Esta postura é justificada por Ricardo Salgado pelo "absoluto respeito institucional pela Assembleia da República", local até onde se mostra disponível voltar "quando e se os senhores deputados assim o entenderem". Salgado diz mesmo manter "total disponibilidade para regressar à CPI".
A 8 de Janeiro, na audição parlamentar a Machado da Cruz, que decorreu à porta fechada por pedido do mesmo, argumentando o facto de ser arguido num processo relacionado com algumas das questões que seriam tratadas na própria CPI, o contabilista da ESI assegurou que foi Ricardo Salgado quem ordenou a ocultação de contas da ESI logo a partir de 2008.
Machado da Cruz disse estar "muito arrependido" e garantiu que as suas acções foram feitas "por lealdade ao grupo" e a Ricardo Salgado. O nome de Machado da Cruz saltou para a ribalta mediática quando, numa entrevista ao Negócios, a 22 de Maio do ano passado, Salgado acusou o "commissaire aux comptes" de ser o responsável pelo buraco financeiro detedtado na ESI.