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Portugal no pelotão do meio em matéria de salário mínimo

Os portugueses ganham três vezes menos do que no Luxemburgo e 1,7 vezes mais do que na Letónia, o país do euro onde o salário mínimo é mais baixo. Segundo o Eurostat, estão no pelotão do meio.

O têxtil é um dos sectores com grande incidência de salário mínimo. Paulo Duarte
10 de Fevereiro de 2017 às 11:41
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Em matéria de salário mínimo, a zona Euro está dividida em três grandes blocos. O Leste, onde se ganha menos de 500 euros, o Oeste, onde a remuneração mínima excede, e bem, os 1.000 euros, e, no meio o Sul, onde se insere Portugal. A divisão geográfica é feita pelo próprio Eurostat, que dá conta da persistência de uma grande disparidade salarial entre os países que partilham uma moeda comum.

Em Portugal, o salário mínimo subiu em Janeiro, tendo-se fixado nos 650 euros (valores ajustados a 12 meses, para serem comparáveis com o resto dos países). Este valor coloca Portugal no grupo do Sul, onde pontuam a Espanha, Eslovénia, Malta e Grécia, mas já na fronteira do grupo do Leste, que se destaca por ter salários mínimos muito baixos (ver gráficos). Ou seja, é o que paga pior entre os países do Sul, segundo o arranjo geográfico seguido pelo Eurostat.

Em termos nominais, os portugueses ganham três vezes do que no Luxemburgo, onde a remuneração mínima mensal ascende 1.999 euros mensais e 1,7 vezes mais do que na Letónia, onde ela é de apenas 380 euros.

 

Ajustamento ao nível de vida diminui diferenças

As diferenças, contudo, esbatem-se um pouco quando se analisa o salário mínimo em paridades do poder de compra, isto é, ajustado ao nível de vida de cada país.

Aí, os portugueses passam a ganhar não 650 mas 793 euros por mês, uma vez que, comprado com outros países, conseguem ter um nível de vida mais barato. Usando esta medida, o salário mínimo português já só é pouco menos de metade do luxemburguês (compara com o triplo) e é apenas 1,4 vezes superior ao letão (compara com 1,7 vezes).

O Eurostat destaca ainda outra particularidade no caso português: é um dos países do euro (a par da França e da Eslovénia) onde o salário mínimo está mais próximo da remuneração mediana, um argumento que foi usado no debate político interno pelos que entendem que o Governo não devia patrocinar a subida consecutiva do salário mínimo no actual contexto. 

Na zona euro a grande maioria dos países tem salário mínimo, mas há alguns como a Itália, Chipre e Finlândia que não fixam por lei um mínimo de referência. Estados Unidos e Reino Unido têm remuneração mínima de 1.192 euros e 1.397 euros, respectivamente.

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