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Pires de Lima: "Governo está fora de qualquer suspeita" no caso BES

O ministro da Economia diz que o Executivo respeitou "completamente" aquilo que foi determinado pelas autoridades reguladoras e diz que não há qualquer suspeita sobre os membros do Governo no caso BES.

Bruno Simão/Negócios
14 de Agosto de 2014 às 12:20
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O ministro da Economia, António Pires de Lima, rejeita que membros do Governo tenham cometido irregularidades no que diz respeito ao caso Banco Espírito Santo, nomeadamente fugas de informação.

 

"O Governo não está sob suspeita", começou por dizer Pires de Lima aos jornalistas, depois de questionado sobre o inquérito, proposto pelo Bloco de Esquerda, ao conselho de ministros, reunido no passado dia 31 de Julho, para se averiguar se houve fugas de informação que dessem a entender, nessa quinta-feira, que no fim-de-semana seguinte haveria uma decisão de resolução por parte do Banco de Portugal que implicasse perdas para os accionistas.

 

"Não vou fazer nenhum comentário, mas acho que o Governo está fora de qualquer suspeita nessa matéria", continuou o governante, em declarações à margem de uma visita ao porto de Setúbal.

 

Na quinta-feira 31 de Julho, foi aprovado um decreto-lei onde foram alteradas regras que protegiam os depósitos no banco de pequenos accionistas. Decreto-lei que não foi publicitado. A reunião dos ministros ocorreu quinta-feira de manhã mas as acções do BES continuaram a ser negociadas em bolsa, tendo sido só suspensas na sexta-feira, 1 de Agosto por volta das 15h40, quando a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários recebeu indicação do Banco de Portugal de que haveria desenvolvimentos naquele caso no fim-de-semana. Pelo meio, os títulos resvalaram fortemente, com quedas em torno de 40% nos dois dias. E, no domingo 3 de Agosto, o BES foi dissolvido, dividindo-se em duas entidades: o banco de transição, Novo Banco, que ficou com trabalhadores e activos bons do BES; e o BES, que se tornou num veículo financeiro com activos considerados tóxicos. Os accionistas ficaram neste último veículo, a perderem (quase) tudo, com possibilidades limitadas de recuperação do dinheiro.

 

Estes factos estão já a ser analisados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sendo que o Diário de Notícias escreveu que vários ministros podem ser chamados a prestar declarações ao regulador da bolsa portuguesa. O Bloco de Esquerda anunciou que quer uma resposta política para este "processo assinalado por uma sucessão de fugas de informação" que, na sua óptica, são "politicamente reprováveis". Daí que tenha pedido a sindicância. Pires de Lima rejeita qualquer suspeita.

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