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BE quer que juiz passe o conselho de ministros a pente fino por fugas de informação sobre o BES

João Semedo acredita que houve fugas de informação no caso BES e quer consequências políticas. Por isso, quer que seja feito um inquérito. "Todos sabemos que empresas foram a tempo de levantar depósitos", acusou.

Correio da Manhã
13 de Agosto de 2014 às 18:25
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O Bloco de Esquerda quer que um juiz faça um inquérito ao conselho de ministros, reunido no passado dia 31 de Julho, para se averiguar se houve fugas de informação sobre o caso Banco Espírito Santo.

 

Numa conferência de imprensa, o coordenador do partido João Semedo afirmou que pretende uma "sindicância ao Governo e conselho de ministros para o completo esclarecimento de fugas de informação". Fugas que não podem ficar impunes, acrescentou.

 

Na prática, uma sindicância é um inquérito feito para perceber o que se passou em determinado momento, numa averiguação que não pretende ter contornos judicias (pelo menos, no seu arranque). João Semedo considera que o processo deve ser dirigido por um juiz indicado pelo Conselho Superior de Magistratura.

 

Na sua declaração aos jornalistas, transmitida pelas televisões, João Semedo foi bastante crítico do período que antecedeu o anúncio da medida de resolução aplicada ao BES, nomeadamente o facto de ter sido aprovado um decreto-lei no conselho de ministros de quinta-feira, 31 de Julho, onde foram alteradas regras que protegiam os depósitos no banco de pequenos accionistas. A reunião dos ministros ocorreu quinta-feira de manhã mas as acções do BES continuaram a ser negociadas em bolsa, tendo sido só suspensas na sexta-feira, 1 de Agosto por volta das 15h40. Pelo meio, os títulos resvalaram fortemente, com quedas em torno de 40% nos dois dias. E, no domingo 3 de Agosto, o BES foi dissolvido, com os accionistas a perderem (quase) tudo, com possibilidades limitadas de recuperação do dinheiro.

 

Estes factos estão já a ser analisados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sendo que o Diário de Notícias já escreveu que vários ministros podem ser chamados a prestar declarações ao regulador da bolsa portuguesa. Mas o Bloco quer uma resposta política para este "processo assinalado por uma sucessão de fugas de informação" que, na sua óptica, são "politicamente reprováveis".

 

"O Bloco não compreende que o Governo ainda não tenha tido uma palavra ou atitude relativamente a estas fugas de informação", avisou o responsável da força política.

 

"Todos sabemos que empresas foram a tempo de levantar depósitos"

"Há quem não devia ter sido informado e foi", disse João Semedo. "Todos nós sabemos que empresas foram a tempo de levantar os seus depósitos ou foram a tempo de vender as suas acções", atirou.

 

A notícia pública sobre a retirada de depósitos diz respeito à Portugal Telecom, operadora que retirou 128 milhões de euros em depósitos antes do resgate.

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