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Pensões para gestão de Salgado criam buraco de 13,5 milhões no BES

O BES "mau" não tem dinheiro para assegurar os custos com pensões de ex-administradores. Este é um dos pontos que pesa no passivo da instituição, prejudicando a situação patrimonial.

07 de Agosto de 2015 às 19:33
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Os antigos gestores do Banco Espírito Santo são, neste momento, um peso para o património do designado banco "mau". Nomeadamente, as suas pensões de reforma.

 

De acordo com o seu balanço inicial, o Banco Espírito Santo (a entidade que herdou passivos e activos considerados problemáticos do banco com o mesmo nome), tem 13,5 milhões de euros para pagar aos administradores. Dinheiro de que não dispõe. 

 

Na resolução do BES, a 3 de Agosto de 2014, o Banco de Portugal decidiu que as responsabilidades relacionadas com ex-administradores que pudessem ter estado na origem dos problemas no banco seriam transferidas para o banco "mau". Mas só em Fevereiro do ano passado houve uma clarificação: nessas responsabilidades constam os "encargos decorrentes do dever de [o banco] efectuar contribuições para fundos de pensões em benefício das pessoas em causa e englobam as responsabilidades referentes a pensões de reforma ou complementos de pensões de reforma dos administradores do BES em causa", para além do que já estava consagrado no contrato de trabalho.

 

Em Março, o Correio da Manhã noticiou que o Novo Banco, o banco "bom", tinha descontado 13 milhões de euros, em cinco meses, para cumprir os compromissos assumidos com as reformas. Mas o regulador quis transferir para o banco "mau".

 

Dois meses depois, em Maio, houve uma avaliação que determinou o que custaria ao BES a sua participação nesse plano de pagamento de pensões aos administradores: foi "determinado um défice de financiamento das responsabilidades do Plano Administradores na quota-parte do BES de 13.511 milhares de euros". 

 

Este valor está inscrito na rubrica de passivos (a parte das responsabilidades do BES), que atinge 2,6 mil milhões de euros, segundo o balanço, que tem como data de referência 4 de Agosto. Em contraponto, o BES tem activos de 193 milhões de euros, o que abre um buraco na instituição de 2,4 mil milhões de euros. Ou seja, dificilmente aquele pagamento será assegurado. 

 

Nos passivos, e portanto a prejudicar os capitais próprios da instituição, há também um outro indicador que pode estar a ser afectado por elementos ligados à administração de Ricardo Salgado. Há 7,3 mil milhões de euros em depósitos, tanto à ordem como a prazo, que são de membros de órgãos de administração ou fiscalização do antigo BES ou de accionistas que tinham mais de 2% do banco.

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