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Passos: Carlos Costa estimou necessidades da banca "em 40 a 50 mil milhões de euros"

O líder social-democrata mostrou-se descrente que alguém tivesse emprestado, na altura do resgate, o valor considerado necessário pelo Banco de Portugal para reforçar a liquidez dos bancos.

07 de Abril de 2016 às 15:51
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O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho revelou esta quinta-feira, 7 de Abril, que as estimativas do Banco de Portugal para as necessidades de capitalização do sector financeiro eram três a quatro vezes superiores ao valor previsto para a banca no resgate da troika.


"Recordo-me bastante bem, na altura, de ouvir o governador do Banco de Portugal dizer que uma capitalização mais adequada para todo o sistema financeiro podia exigir recursos bastante avultados, entre 40 e 50 mil milhões de euros", afirmou o presidente social-democrata numa entrevista à Antena 1.


Para Passos, uma vez que o programa tinha um valor total de 78 mil milhões de euros e destinava 12 mil milhões à banca, esta "era uma questão insuperável, a menos que o programa ele próprio tivesse um envelope financeiro muito maior e por isso teríamos de ficar a dever muito mais do que 78 mil milhões de euros", admitiu.


O antigo governante considerou que a dificuldade em resolver o problema do sector financeiro "não é tanto um erro do programa, mas tem mais relação com os meios que estavam à nossa disposição do ponto de vista financeiro" para a capitalização das instituições.


"Se precisássemos de ter ainda mais 30 ou 35 mil milhões para acudir à banca, acreditaria alguém que teríamos condições para pagar, ele ter-nos-ia sido emprestado?", questionou, afirmando que a dotação para a banca tinha ficado resolvida na negociação do governo anterior, do PS.

Em Dezembro de 2014, o próprio governador referiu que a troika pretendia que a linha de apoio à banca tivesse sido duas vezes superior ao que foi atribuído, elevando esse montante para os 24 mil milhões de euros, segundo o Jornal de Notícias.

E que se tivessem sido usados dinheiros públicos logo na ocasião para fazer face às imparidades de 31 mil milhões de euros registadas, as instituições acabariam por ir parar às mãos do Estado. 

"Não diria que se estava perante uma nacionalização, mas de protonacionalização, tal o nível de capital público que seria injectado nos bancos", disse na altura o governador.

Os 12 mil milhões de euros não chegaram a ser totalmente aplicados no sector financeiro, tendo cerca de metade do valor - seis mil milhões de euros - sido conduzida para a designada "almofada financeira" do Governo Passos

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