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Malparado na banca portuguesa baixa dos 5% em 2020

O "stock" de crédito malparado dos bancos nacionais passou de perto de 17,2 mil milhões de euros em dezembro de 2019 para cerca de 14,4 mil milhões no final do ano passado. Já o rácio está abaixo de 5%.

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças,  frisou que em 2021 a recuperação ainda será muito incompleta.
Tiago Petinga/Lusa
31 de Março de 2021 às 12:13
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O rácio de crédito malparado da banca portuguesa baixou dos 5% no final do ano passado, o valor mais baixo em pelo menos cinco anos, de acordo com o relatório do Banco de Portugal sobre o sistema bancário nacional para o quarto trimestre.

"No quarto trimestre, o rácio de empréstimos não produtivos (NPL na sigla inglesa) diminuiu 0,4 pontos percentuais, para 4,9%, refletindo a diminuição dos NPL (-7%) e o aumento dos empréstimos incluídos no denominador (1,7%)", refere o regulador no relatório divulgado esta quarta-feira. No final de 2019, o rácio rondava os 6,2%. 

O rácio de NPL nas empresas situou-se nos 9,6%, menos 0,9 pontos percentuais. Já no caso dos particulares fixou-se nos 3,4%, o que revela uma descida de 0,1 pontos percentuais. 

Por outro lado, o rácio de cobertura dos NPL por imparidades diminuiu 0,5 pontos percentuais, para 55,4%. 


Já o "stock" de crédito malparado passou de perto de 17,2 mil milhões de euros em dezembro de 2019 para cerca de 14,4 mil milhões no final do ano passado, mostram os dados. 

Os bancos portugueses seguem, assim, a tendência europeia. De acordo com números divulgados esta quarta-feira pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), o rácio de NPL recuou para 2,6% no final do ano passado. 

Apesar desta descida, a autoridade bancária alertou para o facto de estar a registar-se um aumento dos créditos em risco. Segundo a EBA, "a percentagem de empréstimos em 'stage 2' aumentou de forma generalizada", tendo alcançado os 9,1% do total dos empréstimos do setor no quarto trimestre, mais 110 pontos base do que no trimestre anterior. 

Já a percentagem de créditos em moratória nesta categoria - em que entram os empréstimos que podem vir a registar algum problema - é de 26,4%.

Mais capital, mas rentabilidade perto de zero
A EBA alertou ainda para o facto de os rácios de capital terem melhorado no final do ano passado, mas a rentabilidade se manter sob pressão entre a banca europeia. E Portugal não foi exceção. 

Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal, "em 2020
, a rendibilidade do ativo (ROA) e a rendibilidade do capital próprio (ROE) diminuíram para valores próximos de zero, situando-se em 0,04% (-0,4 pontos percentuais face a 2019) e 0,5% (-4,4 percentuais face a 2019), respetivamente". 

E explica que a "redução do ROA refletiu o aumento significativo das imparidades para crédito", o que levou também a um aumento do custo do risco de crédito. "Esta evolução está associada ao impacto da pandemia de covid-19", remata.

(Notícia atualizada com mais informação.)

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