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Maior consumo leva taxa de poupança das famílias a ceder para 11,3%

Reabertura da economia num período marcado pelo final do verão e pelo regresso às aulas poderá ter impulsionado o consumo, causando um efeito contrário na taxa de poupança.

Apesar das sucessivas mexidas nos últimos anos, os efeitos do enorme aumento de impostos ainda não estão totalmente diluídos.
Ricardo Almeida
23 de Dezembro de 2021 às 11:46
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As famílias em Portugal estão a poupar menos. Após um período de pico causado pelas poupanças forçadas da pandemia, a taxa de poupança tem vindo a aliviar e atingiu os 11,3% do rendimento disponível no ano acabado no terceiro trimestre de 2021, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

"A capacidade de financiamento das famílias situou-se em 4,9% do PIB no ano acabado no terceiro trimestre de 2021, menos 0,5 p.p. [pontos percentuais] que no trimestre anterior, refletindo sobretudo a diminuição da poupança bruta em 2,8%", explica o relatório do INE. "Com efeito, a taxa de poupança das famílias atingiu 11,3% do rendimento disponível, o que correspondeu a uma redução de 0,4 p.p. relativamente ao trimestre anterior".

Assim, por cada 100 euros recebidos em rendimentos, são poupados, em média, 11,30 euros. O valor chegou a ficar acima de 14 euros durante a pandemia, com as famílias a serem forçadas a ficar em casa e com menos locais onde gastar. O recuo registado agora nas poupanças deve-se exatamente à reabertura da economia.

"Este resultado foi consequência do aumento de 1,2% do consumo privado (variação de +4,5% no trimestre anterior) superior ao crescimento do rendimento disponível (0,8%)", aponta o INE. As remunerações e as outras transferências correntes contribuíram em 1,0 e 0,2 pontos percentuais, respetivamente, para a taxa de variação do rendimento disponível das famílias.

O saldo positivo dos rendimentos de propriedade registou uma redução, o que se traduziu num contributo de -0,1 pontos percentuais e o imposto sobre o rendimento pago pelas famílias no trimestre contribuiu com -0,5 pontos percentuais. O investimento das famílias, que corresponde essencialmente a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em habitação, registou uma taxa de variação de 1,4% no 3º trimestre de 2021 (2,1% no trimestre anterior).

"Refira-se que, em Contas Nacionais, as moratórias relativas ao pagamento de juros de empréstimos concedidas pelo setor das sociedades financeiras não têm impacto no saldo de rendimentos de propriedade, uma vez que o SEC 2010 determina o registo destes fluxos no momento devido, mesmo que não tenham sido efetivamente pagos", acrescenta o INE.

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