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Malparado ainda vai aumentar na banca portuguesa com fim das moratórias, diz DBRS
As provisões e imparidades na banca nacional mais do que duplicaram em termos homólogos. Mas a "deterioração da qualidade dos ativos ainda se vai materializar", alerta a agência de notação.
"A deterioração do ambiente económico levou os bancos a atualizarem os seus modelos de crédito e a fortalecerem o nível de provisionamento", começa por dizer a agência de notação numa nota divulgada esta quinta-feira, 8 de abril.
Já o custo total do crédito no ano passado foi de 88 pontos base, acima dos 54 pontos base registados em 2019, de acordo com os cálculos da DBRS. Um valor que "deverá continuar elevado em 2021", diz.
"Para a CGD, a evolução do custo do risco foi afetada por uma reversão de provisões em 2019", enquanto o "aumento das provisões no BCP em 2020 incluiu um aumento dos custos para riscos legais" na Polónia e "o custo do risco no Novo Banco continuou a refletir a reestruturação do banco e redução dos ativos" tóxicos.
Malparado ainda vai aumentar
Segundo a DBRS, "após alcançar um pico em meados de 2016, o stock de NPL [crédito malparado] no sistema bancário português recuou de forma significativa". Já o rácio de NPL caiu para 5,5%, graças "às vendas de malparado, write-offs e curas".
Esta tendência manter-se-á enquanto estiverem em vigor as medidas para apoiar famílias e empresas penalizadas pela covid-19. Mas este cenário irá mudar quando estas políticas terminarem. "Por enquanto, as medidas de apoio", como é o caso das moratórias e linhas garantidas pelo Estado, "continuam a proteger a qualidade dos ativos dos bancos, mas a formação de novos NPL será mais pronunciada com o eventual alívio destas medidas".
Mais de 20% do crédito total em Portugal está atualmente em regime de moratória, "um dos mais elevados na Europa", recorda a DBRS.