"Quando alguém quer, efectivamente, enganar alguém, engana." José Manuel Macedo Pereira, revisor oficial de contas do grupo Banco Espírito Santo, voltou a trazer uma ideia que tem sido repetida na comissão parlamentar de inquérito à gestão e do grupo que o controlava, o Grupo Espírito Santo.  

Aliás, Macedo Pereira afirmou que o próprio auditor e os membros do conselho fiscal apenas "tomam conhecimento" de actos exercidos pela gestão depois de estes estarem concretizados. "Está[-se] perante um facto consumado", concluiu quando respondia perante o socialista José Magalhães.

Macedo Pereira citou o ex-ministro das Finanças Teixeira do Santos que também já esteve na comissão de inquérito a defender que "se alguém quer enganar o supervisor, engana e esconde".

De qualquer modo, em resposta ao social-democrata Pedro Saraiva, Macedo Pereira garantiu que Portugal é um país "muito exigente" no que diz respeito à preparação de contas e branqueamento de capitais. Neste momento, o revisor de contas acredita que o que está a ser exigido pelos reguladores é cumprido.  

Mesmo assim, o responsável fiscal admite que "há aperfeiçoamentos a fazer", embora não os tenha enumerado.