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Lesados do BES "não admitem que haja vitimização de quem enganou"

Primeiro foram os lesado do BES a anunciar que pretendem ir aos balcões do Novo Banco para identificar os gestores que lhes venderam papel comercial, depois foram os trabalhadores a notar que são eles os "maiores lesados". Na resposta, os lesados dizem que não admitem "que haja vitimização de quem enganou”.

Miguel Baltazar
29 de Maio de 2015 às 12:22
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Os lesados do Banco Espírito Santo (BES) deram esta sexta-feira, 29 de Maio, seguimento à troca de palavras iniciada ontem com os trabalhadores do Novo Banco. Numa nota enviada às redacções, os lesados do papel comercial emitido vendido pelo BES garantem que "não admitimos que haja vitimização de quem enganou".

 

Depois de ontem os lesados terem anunciado a pretensão de irem aos balcões do Novo Banco e do Best, junto com agentes de autoridade, com o objectivo de identificar os gestores que lhes venderam papel comercial de sociedades do Grupo Espírito Santo (GES), os trabalhadores responderam argumentando serem eles próprios os "maiores lesados" e aqueles que foram enganados em primeiro lugar.

 

"Os trabalhadores do então BES, agora Novo Banco, foram as principais vítimas da derrocada da empresa onde trabalhavam", justificou a recém-eleita comissão de trabalhadores da instituição. 

 

No entanto, a Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), no comunicado hoje divulgado, reage dizendo que foi "com evidente espanto" que receberam as justificações da comissão de

[Os trabalhadores do BES] usaram a confiança adquirida ao longo de décadas. 
AIEPC

trabalhadores do Novo Banco, no que classificam de "tentativa frustrada e comprometedora de inversão do papel de vítima".

 

Os lesado do papel comercial do BES sustentam que os trabalhadores daquela instituição "usaram a confiança adquirida ao longo de décadas (…) para enganar pessoas que tinham idade para ser seus pais", mostrando incompreensão face à colocação de "todas as poupanças de cidadãos idosos", "num produto que o banco sabia que estava falido".

 

A AIEPC questiona se não terá havido "má informação, excesso de confiança e prática abusiva com índole de cumprir objectivos/ordens". E caso se sintam de facto enganados, os lesados instam a comissão de trabalhadores do Novo Banco a dizer "quem os enganou, como os enganaram e porque foi feita esta venda desesperada e abusiva na tentativa de salvar um grupo financeiro às custas de quem poupou e trabalhou".

 

Nesse sentido, lamentam comunicados como o que foi ontem divulgado pelos trabalhadores e que apenas "está a ajudar a perpetuar a mentira". Como tal, os lesados do papel comercial do BES pedem aos trabalhadores para se juntarem a eles para assim "terminar este flagelo".

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