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Grupo Montepio será alvo de supervisão mais apertada

A actividade bancária do grupo já se encontra sob a supervisão do Banco de Portugal. É, aliás, nesse regime, que o Montepio está a ser alvo de uma auditoria forense. Contudo, a associação mutualista, a casa-mãe do banco, só agora passará a estar sob a supervisão do ISP.

Pedro Elias/Negócios
Negócios 18 de Agosto de 2014 às 09:47
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O Grupo Montepio vai ser alvo de uma supervisão mais apertada. A Montepio Geral - Associação Mutulista, a casa-mãe de todas as participações do grupo, passará a estar sob a supervisão do Instituto de Seguros de Portugal, o ISP.

 

A Caixa Económica Montepio Geral, a instituição que pertence à associação mutualista responsável pela actividade bancária, já está sob a supervisão do Banco de Portugal. Serão assim duas entidades de supervisão atentas ao universo liderado por Tomás Correia (na foto).

 

Supervisão do ISP

 

O jornal Público escreve esta segunda-feira, 18 de Agosto, que a associação mutualista passará a ser supervisionada pelo ISP. Até aqui, nenhuma entidade reguladora é responsável por analisar as suas contas.

 

A associação mutualista é a "holding" de topo do universo Montepio. É através dela que surgem as restantes entidades, seja o banco (Caixa Económica Montepio Geral), seja a seguradora Lusitania ou ainda a gestão de activos.

 

A associação mutualista conta com 530 mil associados, que pagam quotas e contribuições. É ela a responsável por gerir os fundos. O objectivo é que, no futuro, os associados venham a receber um apoio: "através da garantia do recebimento de assistência ou de uma retribuição em dinheiro".

 

Banco em auditoria forense

 

O banco Caixa Económica Montepio Geral já está sob a alçada do Banco de Portugal há vários anos. É, aliás, nesse regime que o banco está, neste momento, a ser alvo de uma auditoria forense, um instrumento que o regulador diz querer utilizar de forma regular e sem que haja indícios criminais. A notícia da auditoria, iniciada a 25 de Julho, foi avançada pela RTP na passada sexta-feira.

 

Já se sabia que, além da auditoria ao Banco Espírito Santo, haveria outras três auditorias a decorrer, de menor gravidade, embora o governador Carlos Costa nunca tenha confirmado nenhuma delas.

 

O Montepio rejeita que haja quaisquer indícios criminais. Ao Diário Económico, fonte oficial da instituição financeira afirmou que "não há qualquer relação entre estes actos de supervisão e, cito, 'fortes suspeitas de ilícitos criminais'".

 

Na sexta-feira, a RTP escreveu que a auditoria, feita pela auditora PricewaterhouseCoopers, se devia às ligações ao Grupo Espírito Santo. À Lusa, também na sexta-feira, o Montepio sublinhou que "as auditorias forenses constituem práticas habituais do regulador". "Não se trata de condenações e inscrevem-se em acções de prevenção destinadas a identificar a adequação de procedimentos dos agentes. Esta acção incide em anos passados e não nos dois últimos", acrescentou.

 

A instituição liderada por Tomás Correia já tinha avançado no seu relatório de contas semestral que tinha decidido aumentar as suas provisões e imparidades de crédito em 165 milhões face ao período homólogo, para os 292 milhões de euros. O reforço desta almofada financeira vai servir para a instituição enfrentar eventuais perdas relacionadas com o GES. "A Caixa Económica Montepio Geral procedeu a um julgamento muito conservador da sua exposição ao universo de empresas do GES de forma a acomodar, já nas suas contas semestrais, os efeitos resultantes das eventuais perdas provenientes daqueles créditos", pode ler-se no relatório semestral da empresa.

 

O Público já escreveu que a exposição do grupo (e não só do banco) ao universo Espírito Santo poderá ascender a 200 milhões de euros, dado que haverá mais risco nas seguradoras e nos fundos de investimento.

 

A auditoria forense poderá, segundo o mesmo jornal, debruçar-se sobre o risco associado à relação comercial com a Ongoing. Em 2013, avançou a SIC, o Montepio teria cerca de 2 mil milhões de euros de empréstimos sem garantias.

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