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Montepio sai de prejuízos para lucros de 11,9 milhões apesar de exposição ao GES

A melhoria da margem financeira e as mais-valias obtidas com operações financeiras ajudaram o Montepio a deixar os resultados negativos. Os rácios de solvabilidade deterioraram-se mas ficaram acima do exigido.

06 de Agosto de 2014 às 18:30
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A Caixa Económica Montepio Geral teve de colocar dinheiro de lado para possíveis perdas no futuro relacionadas com créditos a empresas do Grupo Espírito Santo. Ainda assim, conseguiu sair da zona de prejuízos.

 

O resultado líquido do banco foi de 11,9 milhões de euros de euros nos primeiros seis meses de 2014, o que compara com o prejuízo de 69,5 milhões de euros alcançado no mesmo período do ano anterior, conforme aponta o comunicado emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

O grupo liderado por Tomás Correia (na foto) considera que a margem financeira e as operações financeiras foram as responsáveis para esta melhoria do resultado líquido.

 

No caso da margem financeira, que corresponde à diferença entre juros pagos em depósitos e recebidos em créditos (a base das receitas de uma instituição financeira), o Montepio verificou uma melhoria homóloga de 57,5% para 160,6 milhões de euros.

 

Já as operações financeiras passaram de 33,6 para 275 milhões de euros, "beneficiando da concretização, sobretudo no primeiro trimestre, de mais-valias realizadas na carteira de títulos de rendimento fixo". Não são especificados os títulos. As obrigações são produtos de taxa fixa. Ajudado por estas operações e pela margem, o produto bancário mais do que duplicou para 483,8 milhões de euros.

 

Foram estes dois campos que compensaram a necessidade de reforçar as provisões e imparidades. Esta rubrica alcançou os 292,9 milhões de euros no final do primeiro semestre. Um aumento de 165,5 milhões de euros, mais do que duplicando o valor registado entre Janeiro e Junho de 2013.

 

"A Caixa Económica Montepio Geral procedeu a um julgamento muito conservador da sua exposição ao universo de empresas do Grupo Espírito Santo de forma a acomodar, já nas suas contas semestrais, os efeitos resultantes de eventuais perdas provenientes daqueles créditos", explica o documento enviado à CMVM, sem especificar qual o valor do aumento das provisões relativo a este grupo de empresas, em que grande parte pediu para ficar sob um regime de protecção de credores no Luxemburgo.

 

Em termos de rácios, o grupo liderado por Tomás Correia conseguiu ficar acima do exigido pelas regras europeias. O rácio common equity tier 1, utilizado para calcular a capacidade de resistir a riscos, ficou em 9,53%, abaixo dos 10,1% do final do ano. Aliás, todos os rácios de solidez registaram uma ligeira deterioração nos últimos seis meses, ainda que superem o exigido.

 

O rácio de transformação, que compara o crédito a clientes líquido sobre os depósitos de clientes, desceu ligeiramente de 110,18% para 108,02%. Os depósitos cresceram a um ritmo superior aos créditos. O rácio de crédito e juros vencidos há mais de 90 dias avançou para 5,96% do crédito total. Mas a cobertura por imparidades – para cobrir eventuais perdas futuras – também aumentou para 131,68%. 

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