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Família Espírito Santo propõe Amílcar Morais Pires para CEO, Paulo Mota Pinto para "chairman" e duas novas administradoras

A Espírito Santo Financial Group propôs Amílcar Morais Pires para CEO do BES e Paulo Mota Pinto para presidente do Conselho de Administração. Ricardo Salgado e Ricciardi ficam no novo órgão estatutário, denominado Conselho Estratégico. Comissão Executiva fica com duas novas administradoras: Isabel Maria Carvalho de Almeida Bernardino e Ana Rita Gomes Barosa.

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A Espírito Santo Financial Group (ESFG) solicitou a convocação de uma assembleia geral para 31 de Julho no Banco Espírito Santo, com o objectivo de eleger uma nova administração do banco. Para CEO (presidente da Comissão Executiva) propôs Amílcar Morais Pires, e para "chairman" (presidente do Conselho de Administração) avançou com Paulo Mota Pinto, actual deputado do PSD.

 

Morais Pires, braço direito de Ricardo Salgado na gestão executiva do BES, foi a escolha do Conselho Superior da família Espírito Santo, que se reuniu ontem. O Negócios apurou que a escolha do actual administrador financeiro do BES foi aprovada por quatro dos cinco ramos da família, merecendo apenas o voto contra do ramo ligado a José Maria Ricciardi.

 

O resultado desta reunião de ontem foi validado pelo Conselho de Administração do ESFG, que se reuniu esta manhã e solicitou a convocação da assembleia geral no BES, na sequência do pedido de renúncia de Ricardo Salgado, que foi noticiado ontem.

 

O BES emitiu esta tarde um comunicado onde adianta que o ESFG solicitou a marcação da assembleia geral, mas não refere nunca o pedido de demissão de Salgado e de outros administradores do banco.

 

Comissão Executiva com duas mulheres

 

Além de Morais Pires para CEO e Mota Pinto para "chairman", o ESFG avançou com mais dois nomes para a gestão do BES. Isabel Maria Carvalho de Almeida Bernardino e Ana Rita Gomes Barosa são propostas para integrarem a comissão executiva, sendo que os outros nomes da lista que será levada à AG não foram revelados.

 

Isabel Maria Carvalho de Almeida Bernardino é a actual número dois de Amílcar Morais Pires na direcção financeira do BES. A gestora é também administradora do Banco Best, instituição de aconselhamento financeiro controlada pelo BES.

 

Já Ana Rita Gomes Barosa fez toda a sua carreira na banca. Começou no BPA e desde 1996 que está no grupo BES. Fez apenas uma incursão no Governo de Passos Coelho, como secretária de Estado de Miguel Relvas.

 

Ricciardi integra Conselho Estratégico que será presidido por Salgado

 

Além nos quatro nomes avançados para a gestão do BES, o ESFG propõe a criação de um novo órgão social no banco. Na assembleia geral os accionistas vão ser chamados a "alterar os estatutos de modo a criar um novo órgão estatutário, denominado Conselho Estratégico, destinado a assistir o Conselho de Administração na definição da estratégia societária".

 

O ESFG propõe que este novo Conselho Estratégico seja presidido por Ricardo Salgado, que assim permanece no banco que lidera há mais de 22 anos. Deixa contudo de ter funções executivas, embora deixe no seu lugar (caso os accionistas o aprovem) um dos nomes (Morais Pires) pelos quais tinha demonstrado preferência.

 

A guerra pelo poder no BES iniciou no ano passado, com divergências entre Ricardo Salgado e o José Maria Ricciardi. Este último, actual presidente do BESI, pretendia assumir o lugar do seu primo e divergiu do resto da família na escolha de Morais Pires para CEO.

 

Contudo, o ESFG propõe Ricciardi para o Conselho Estratégico. Este integraá também José Manuel Pinheiro Espírito Santo Silva, Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva e Pedro Mosqueira do Amaral, os restantes membros da administração do BES que estão de saída.

 

A sua passagem para este novo comité foi exigida pelo Banco de Portugal por estes responsáveis terem sido administradores da Espírito Santo International, "holding" de controlo do grupo onde foram, detectadas irregularidades contabilísticas.

 

Banco de Portugal forçou gestor independente no BES

 

O Negócios noticia esta sexta-feira que a renúncia à presidência do BES por parte de Ricardo Salgado vai levar à saída de quase todos os membros da família Espírito Santo do conselho da instituição, sendo este o culminar de um processo que resulta da intervenção desencadeada há vários meses pelo Banco de Portugal (BdP).

 

A cúpula dos Espírito Santo esteve ontem reunida com o governador do BdP, na sede do supervisor, na Rua do Comércio, na baixa de Lisboa. Carlos Costa terá insistido na necessidade de os Espírito Santo encontrarem um gestor independente para liderar o banco, afastando assim a quase totalidade dos membros do clã que têm assento na administração.

 

A lista proposta pelo ESFG à AG do BES terá que ser aprovada pelos accionistas do banco para que Morais Pires seja o próximo CEO. E não invalida que surjam outras listas rivais, propostas por outros accionistas do BES. O ESFG é o maior accionista, com 25% do capital.

 

Nas últimas semanas, o braço-de-ferro na cúpula familiar intensificou-se depois de Ricardo Salgado ter responsabilizado todos os ramos familiares pelas infracções na "holding" de topo do grupo, em entrevista ao Negócios. E a sucessão de notícias sobre os problemas do grupo foram a confirmação pública da guerra que se fazia nos bastidores.

 

(Notícia actualizada pela última vez às 15h05)

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