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Elisa Ferreira: “Há análise muito próxima da liquidez e robustez do Montepio”
O Banco de Portugal ainda não recebeu qualquer pedido de avaliação da idoneidade da Santa Casa como candidato a accionista do Montepio. Mas está a fazer uma “análise muito próxima da evolução dos rácios de capital, da liquidez, da robustez deste banco”, garante Elisa Ferreira.
No Banco de Portugal, "houve um esforço, e continua a haver, de ter uma análise muito próxima da evolução dos rácios de capital, da liquidez, da robustez" do Montepio, garantiu Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal, em resposta às questões da deputada Cecília Meireles.
A atenção do supervisor à Caixa Económica Montepio Geral resulta do facto de estar em causa "um banco prioritário", que apesar de não ser sistémico do ponto de vista da supervisão europeia, "para nós é sistémico por a ele estarem associadas as poupanças de muitos cidadãos", sublinhou a administradora do Banco de Portugal, na audição na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, que precede a sua promoção a vice-governadora.
Elisa Ferreira revelou ainda que o Banco de Portugal ainda não recebeu qualquer pedido para "uma avaliação de idoneidade do accionista" do Montepio, numa aparente referência à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que foi convidada pelo Governo a entrar no capital da instituição controlada pela Associação Mutualista Montepio Geral. E avisou que, "relativamente ao perfil dos accionistas da caixa económica, a lei tem de ser cumprida".
Recorde-se que, de acordo com o regime das caixas económicas, a maioria do capital do Montepio tem de ser detido por instituições mutualistas, misericórdias ou instituições de solidariedade social.
A futura vice-governadora manifestou a sua "satisfação com a transformação do Montepio em sociedade anónima, o que vai permitir a entrada de um novo accionista".
Sobre a possibilidade de a Santa Casa vir a entrar na instituição financeira liderada por José Félix Morgado, Elisa Ferreira não se pronunciou. Mas fez questão de sublinhar que a SCML "não é do Estado, é uma entidade privada que tem algum controlo do Estado, mas não é do Estado".
A administradora do Banco de Portugal recordou ainda que "em muitos países europeus há bancos bem sucedidos que trabalham especificamente no sector social, área que precisa de algum financiamento".