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Santa Casa contrata banco para avaliar Montepio

A Santa Casa vai contratar um banco de investimento para avaliar o Montepio. O objectivo é definir o preço certo para entrar na instituição ou justificar uma eventual recusa em avançar. A Misericórdia de Lisboa já conta com a assessoria jurídica da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados.

Bruno Simão/Negócios
29 de Junho de 2017 às 22:00
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A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai contratar um banco de investimento internacional para avaliar a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) e, na medida do possível, a associação mutualista que controla a instituição financeira, sabe o Negócios. Esta avaliação faz parte das diligências que a entidade liderada por Pedro Santana Lopes tem em curso para decidir se entra ou não no capital da caixa económica liderada por José Félix Morgado e a que preço.

Mas a Santa Casa não está sozinha neste processo. Ao que o Negócios apurou, foi criado um grupo de trabalho que junta representantes da SCML, da Associação Mutualista Montepio Geral e que, em breve, poderá incluir representantes da União das Misericórdias Portuguesas. O objectivo desta estrutura é explorar diversas alternativas que permitam a diversificação da estrutura accionista da CMGE, mas garantindo que a instituição mantém o seu carácter de banco da economia social. "Há um trabalho que está a ser feito por uma equipa coordenada, da nossa parte, pelo vice-provedor", revelou Santana Lopes, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, divulgada esta quinta-feira.

Neste momento, já existe uma lista que identifica um grupo restrito de bancos de investimento de onde sairá a instituição internacional que vai fazer um levantamento minucioso da situação do Montepio. Ao que o Negócios apurou, falta apenas decidir qual dos bancos contratar, decisão que deverá ser tomada nos próximos dias.

Além de ir contratar um banco de investimento, a Santa Casa está já a trabalhar com uma sociedade de advogados com experiência na área financeira e em fusões e aquisições. Em causa está a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados que, nas últimas semanas, tem prestado aconselhamento jurídico no estudo que está a ser conduzido sobre a entrada no Montepio.

Avaliação concluída depois do Verão

O facto de o processo de selecção de um banco de investimento só estar a ser concluído agora significa que a avaliação do Montepio não estará concluída antes do final do Verão. Daí que não seja previsível que haja uma decisão sobre a entrada da Santa Casa e de outras misericórdias no capital da instituição no curto prazo.

Como o Negócios já tinha avançado, a Santa Casa não abdica de fazer uma avaliação detalhada da situação financeira da caixa económica para poder tomar uma decisão sobre a entrada na instituição. No limite, o trabalho do banco internacional poderá ajudar a justificar uma eventual recusa em avançar com o investimento que foi proposto ao provedor da SCML pelo ministro do Trabalho e Solidariedade Social, José Vieira da Silva.

Caso a decisão seja no sentido de entrar no Montepio, esta análise permitirá definir o preço que a SCML considera mais adequado. Como Santana Lopes já defendeu publicamente, a Santa Casa não entra no capital da caixa económica a qualquer preço.

A Associação Mutualista Montepio Geral, que tem 95% do capital da instituição financeira, incluindo as unidades de participação que vão ser transformadas em acções, já entregou à SCML um memorando elaborado por uma consultora financeira com várias alternativas de preço. Uma das hipóteses colocadas é que seja tido em conta o valor a que a instituição liderada por José Félix Morgado está registada nas contas da mutualista, o que a Misericórdia recusa.

Outra das condições definidas por Santana Lopes para a entrada no Montepio é a participação de outras entidades neste projecto. Sem outros parceiros, a Santa Casa pode não avançar.

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