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Elisa Ferreira: “Não vejo conflito de interesses” em recrutar quadros nas auditoras

“Não vejo problemas, nem conflito de interesses” em ir recrutar responsáveis para a supervisão bancária às empresas de auditoria, defendeu Elisa Ferreira. A futura vice-governadora justificou assim a contratação de Luís Costa Ferreira, que estava na PwC, para director de supervisão. Mas sem falar neste caso concreto.

Miguel Baltazar
27 de Junho de 2017 às 16:00
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"Não vejo problemas. Não vejo conflito de interesses" em ir às auditoras buscar quadros ou dirigentes para a supervisão bancária, defendeu Elisa Ferreira em resposta às questões da deputada do Bloco de Esquerda, na audição na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.

 

"Tenho um enorme problema que pessoas com responsabilidade de supervisão vão" para bancos privados. "Já não tenho a mesma percepção se alguém vem de uma auditora trabalhar em supervisão", sublinhou a futura vice-governadora do Banco de Portugal.

 

Indirectamente, a administradora do supervisor defendeu assim a contratação de Luís Costa Ferreira para director de supervisão do Banco de Portugal, questionada por Mariana Mortágua. Recorde-se que este responsável estava na PwC, onde trabalhou cerca de dois anos, depois de ter saído do cargo de director de supervisão da entidade liderada por Carlos Costa em 2014.

 

Para Elisa Ferreira, o facto de o Banco de Portugal contratar quadros nas empresas de auditoria e nos bancos segue o exemplo do que acontece no Mecanismo Único de Supervisão. "Se for ver, os elementos do ‘supervisory board’ do MUS ou vêm da banca ou das auditoras. Não se podem ir buscar à academia", defendeu.

Confrontada, logo de seguida, pela deputada do CDS, Cecília Meireles, que criticou o "ir e vir, ir e vir" entre quadros de auditoras e o Banco de Portugal, numa referência a Costa Ferreira, a futura vice-governadora garantiu que, neste caso, "não há um ir e vir, ir e vir".

 

"Uma pessoa que está há 20 anos no banco, faz uma experiência fora e decide regressar ao lugar de origem não é um caso de ir e vir, ir e vir, ir e vir", sublinhou. Para Elisa fereira, "é uma honra e é um prazer" ter conseguido ir buscar o actual director de supervisão à PwC. Até porque aquele responsável "estava a ganhar mais e tinha mais liberdade e menos responsabilidade" na empresa de auditoria.

 

A futura vice-governadora revelou que "é extremamente difícil encontrar alguém" para funções de direcção de supervisão. "Não há um mercado alargado onde se possa ir recrutar, sobretudo para lugares de chefia", sublinhou.

(Notícia actualizada às 16:17 com resposta de Elisa Ferreira a Cecília Meireles)

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