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Ex-número 2 da supervisão regressa da PwC para departamento jurídico do Banco de Portugal

Pedro Machado deixa de ser "partner" da PwC para voltar ao Banco de Portugal, de onde saíra em 2014 quando era director-adjunto da supervisão. Vai liderar, agora, o departamento jurídico do regulador.

Miguel Baltazar/Negócios
14 de Julho de 2017 às 14:12
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O antigo número dois da supervisão do Banco de Portugal vai regressar da PwC, para onde partiu no final de 2014. Pedro Machado vai abandonar a auditora para ser o novo director de departamento jurídico do regulador da banca, apurou o Negócios.

 

Pedro Machado terá, neste cargo de director de serviços jurídicos, uma função em que irá reportar directamente à administração liderada por Carlos Costa, substituindo José Brito Antunes. A contratação não será imediata, já que Pedro Machado só sairá da PwC no final de Agosto. Em Setembro, assume as novas funções. 

 

Pedro Machado era o director-adjunto de supervisão prudencial do supervisor da banca, até ao final de 2014, o ano que ficou marcado pela resolução aplicada ao Banco Espírito Santo. No final desse ano, Pedro Machado abandonou o cargo juntamente com o director de supervisão, Luís Costa Ferreira. Ambos rumaram à PwC. Aí, Machado ficou na área de riscos e de regulação bancária, com funções de consultoria. 

 

Elisa Ferreira não vê conflitos de interesse nestes casos

 

Luís Costa Ferreira abandonou já a auditora para regressar ao Banco de Portugal, onde assumiu as funções de director de departamento da supervisão prudencial. Na altura, foi substituir Carlos Albuquerque que, após um período de nojo, irá integrar a administração da Caixa Geral de Depósitos.

"Não vejo problemas. Não vejo conflito de interesses" em que o Banco de Portugal contrate quadros de auditoras. As palavras são de Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal na audição parlamentar obrigatória antes de poder ser nomeada vice-governadora, quando questionada sobre a contratação de Luís Costa Ferreira. 

 

"Tenho um enorme problema que pessoas com responsabilidade de supervisão vão" para bancos privados. "Já não tenho a mesma percepção se alguém vem de uma auditora trabalhar em supervisão". "Uma pessoa que está há 20 anos no banco, faz uma experiência fora e decide regressar ao lugar de origem não é um caso de ir e vir, ir e vir, ir e vir", declarou Elisa Ferreira no Parlamento. Costa Ferreira teve de assinar um "acordo específico" com o regulador, "sobre deveres gerais de conduta e aceitação de limitações a actividades profissionais futuras". 

 

Pedro Machado tem, no curriculum, funções exercidas no Banco Central Europeu, tendo chegado a assessor jurídico do Banco de Portugal em 2006, onde permaneceu até 2011. Transitou depois para chefe de gabinete de Vítor Gaspar, tendo saído quando o ministro das Finanças se demitiu, em Julho de 2013. Foi nesta altura que passou a director-adjunto da supervisão prudencial do Banco de Portugal, onde ficou até ao final do ano seguinte. Na prática, agora, volta aos temas jurídicos. 

PwC satisfeita

"Os convites realizados aos nossos colaboradores para integrarem instituições de prestígio representam um orgulho para a PwC e confirmam as excelentes qualidade pessoais e profissionais que lhes reconhecemos e que então justificaram os convites para integrarem a nossa firma", assinala o gabinete de imprensa da PwC em resposta ao Negócios. 

O contrato que liga a auditora a Pedro Machado termina no final de Agosto, não estando, para já, prevista a sua substituição por um novo "partner". "
A área de "financial services risk and regulation" encontra-se neste momento consolidada e será liderada pelo 'partner' Luís Barbosa", acrescenta ainda a empresa. 

Ainda não foi possível obter uma resposta do Banco de Portugal. 

(Notícia actualizada às 15:13 com posição da PwC)

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