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Novo regresso da PwC para o Banco de Portugal

Pedro Machado vai liderar o departamento jurídico do Banco de Portugal. É um regresso depois de dois anos e meio na consultoria da PwC. Antes, tinha estado no regulador. Uma passagem que Ricardo Salgado criticou em 2014.

Bruno Simão/Negócios
16 de Julho de 2017 às 20:15
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O Banco de Portugal voltou a contratar Pedro Machado. O seu antigo director-adjunto de supervisão prudencial regressa agora da PwC, para onde foi em 2014, para liderar o departamento jurídico do regulador presidido por Carlos Costa.

Pedro Machado trabalhou no departamento jurídico do Banco de Portugal entre 2006 e 2011. Foi chefe de gabinete de Vítor Gaspar, tendo depois saído em Julho de 2013, regressando para o cargo de director-adjunto da supervisão prudencial do Banco de Portugal, onde ficou até 2014.

Neste cargo, um dos pontos essenciais foi o acompanhamento do caso BES e das averiguações que estavam a ser feitas aos grandes bancos e seus clientes. Foi no seu mandato que a PwC foi mandatada para realizar a análise aos grandes clientes da banca, o chamado ETRICC, no âmbito do qual se descobriu a maquilhagem de contas da Espírito Santo International e que acabou por desencadear a falência do grupo.

O BES foi intervencionado pelo supervisor a 3 de Agosto de 2014, sendo que em Novembro seguinte Pedro Machado acompanhou a ida do director do departamento de supervisão prudencial do Banco de Portugal para a PwC, tornando-se ambos seus "partners".

A relação entre a auditora e o regulador foi mencionada por Ricardo Salgado na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES. "Quem preparou o relatório do ETRICC? A PricewaterhouseCoopers, a auditora que, mais tarde, veio a acolher o director e director-adjunto do departamento de supervisão prudencial (respectivamente, Dr. Luís Costa Ferreira e Dr. Pedro Machado). Quem escolheu a PricewaterhouseCoopers? Foi o Banco de Portugal".

Costa Ferreira já tinha regressado à direcção da supervisão prudencial em Fevereiro, tendo assinado um "acordo específico" no domínio ético, para evitar possíveis futuros conflitos de interesse e que inclui limitações a actividades profissionais futuras. Um documento idêntico terá de ser subscrito por Pedro Machado, ainda que não tenha, nas novas funções, uma relação com a supervisão prudencial, mas sim com o campo jurídico. O novo director do BdP, que assume funções em Setembro, vai substituir José Brito Antunes.

O tema do regresso de Costa Ferreira foi já discutido no Parlamento, com a administradora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, a recusar que se trate "de um caso de ir e vir, ir e vir, ir e vir".

"Tenho um enorme problema que pessoas com responsabilidade de supervisão vão" para bancos. "Já não tenho a mesma percepção se alguém vem de uma auditora trabalhar em supervisão". Elisa Ferreira
no Parlamento, sobre Costa Ferreira

Director quase a chegar à CGD

Carlos Albuquerque, que tinha substituído em 2014 Luís Costa Ferreira na liderança do departamento de supervisão prudencial do Banco de Portugal, saiu em Fevereiro de 2017 do cargo. Motivo: tinha sido convidado para a administração da Caixa Geral de Depósitos. Na altura, foi imposto um período de nojo de seis meses em que não podia assumir aquelas funções. Tendo-se iniciado em Fevereiro, o período termina no final deste mês. Até esse momento, Carlos Albuquerque desempenha funções "num projecto externo de solidariedade social, ligado ao tema do sobreendividamento". 

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