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Deutsche Bank teve tratamento especial nos testes de stress

Os resultados dos testes de stress do banco alemão foram impulsionados por uma concessão garantida pelo Banco Central Europeu.

7. Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu
Kai Pfaffenbach/Reuters
10 de Outubro de 2016 às 10:50
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Os testes de "stress" que o Banco Central Europeu publicou este Verão pretendiam fazer um retrato dos bancos europeus no final de 2015. Mas esta regra não foi aplicada a todos os bancos, de acordo com o Financial Times.

 

O jornal britânico noticia esta segunda-feira, 19 de Outubro, que o Deutsche Bank beneficiou de um tratamento especial por parte da autoridade monetária, uma vez que conseguiu incluir nos seus resultados uma operação que não estava fechada no final do ano passado.

 

O maior banco alemão encaixou 4 mil milhões de dólares com a venda de uma posição no banco chinês  Hua Xia. O problema é que a operação não foi fechada em 2015, pelo que não deveria ter sido incluída nos resultados dos testes de stress.

Contudo, o BCE considerou que a operação deveria ser reflectida nos testes de "stress". A venda de posição no banco chinês foi anunciada em Dezembro de 2015 mas até hoje ainda não foi concluída e não há certezas que o desfecho ocorra até final deste ano.

 

O Financial Times assinala que nos testes de stress ao Dutsche Bank constava uma nota de rodapé onde era assumida esta concessão ao banco alemão. Mas nenhum outro dos 50 bancos em análise obteve este tratamento especial. O jornal britânico cita mesmo o caso CaixaBank, que no ano passado tinha anunciado a venda de activos à "holding" que o controla, mas o BCE não deixou que o encaixe contasse para efeitos dos testes de stress.

 

Nos resultados dos testes de stress divulgados em Julho, o Deutsche Bank fechou com um rácio de capital de 7,8% no cenário adverso. Excluindo o impacto da venda da participação no banco chinês, o rácio seria de 7,4%, ainda assim acima do mínimo exigido pelos reguladores.

 

Este tratamento especial do BCE aconteceu numa altura em que o Deutsche Bank já estava sob forte pressão dos mercados, devido aos níveis de capital reduzidos e elevadas multas nos Estados Unidos.

 

Nas últimas semanas a pressão intensificou-se, depois de ser revelado o valor da multa que o Departamento de Justiça dos EUA pretede aplicar: 14 mil milhões de dólares.

 

(Notícia actualizada às 10:50 com mais informação)

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