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Deutsche Bank não precisa da ajuda de Berlim para lidar com justiça dos EUA

O banco alemão reagiu à notícia da Focus, que dava conta que Berlim não estava disponível para apoiar o Deutsche Bank a reforçar capital e na disputa com a justiça dos EUA.

19 - John Cryan. O Co-CEO do Deutsche Bank ganhou 4,7 milhões de dólares em 2015, sendo que assumiu o cargo em Julho do ano passado. Agora lidera o banco sozinho e enfrenta fortes desafios, devido aos prejuízos de 6,8 milhões de dólares obtido no passado e aos receios com o nível de capital do banco.
reuters, bloomberg
26 de Setembro de 2016 às 16:10
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O presidente do banco, John Cryan, "não solicitou a intervenção do Governo alemão no caso que foi interposto pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos", garantiu fonte oficial do Deutsche Bank à Reuters, num dia em que as acções do banco atingiram mínimos históricos com os investidores a questionarem a viabilidade do banco.

 

A revista Focus avançou este fim-de-semana que a chanceler alemã teve um encontro com o CEO do banco alemão, no Verão, tendo Angela Merkel dado conta a John Cryan que Berlim não iria intervir na disputa legal que opõe o Deutsche Bank aos Estados Unidos.

 

De acordo com a mesma fonte, Merkel terá também descartado conceder uma ajuda estatal ao Deutsche Bank.

 

Nas declarações proferidas à Reuters, fonte oficial do banco alemão fez também saber que o Deutsche Bank não solicitou nem necessita de ajuda estatal e que vai conseguir cumprir os seus desafios por si próprio.

 

O Governo alemão também reagiu à notícia da Focus, afirmando que não tinha qualquer correspondência com a realidade. "Não qualquer razão para tal especulação nesta altura e o Governo federal não embarca nessa especulação", afirmou o porta-voz Steffen Seibert.

 

O maior banco alemão volta esta segunda-feira a estar no olho do furacão dos mercados, com as acções a atingirem mínimos históricos, o que está a pressionar todo o sector na Europa. Os títulos chegaram a afundar um máximo de 6,88% para 10,625 euros, o valor mais baixo de sempre.     

 

As dúvidas sobre a solidez financeira do Deutsche Bank avolumaram-se depois de o banco alemão ter sido notificado para pagar uma multa recorde nos EUA. No passado dia 16 de Setembro, o Deutsche Bank confirmou que os Estados Unidos pretendem multar a instituição em 14 mil milhões de dólares (12,5 mil milhões de euros) para encerrar um processo ligado aos créditos imobiliários de baixa qualidade ('subprime'), que provocaram a crise de 2008.  

 

O Deutsche Bank, à semelhança de outros grandes bancos, é acusado de ter vendido, antes de rebentar a crise financeira de 2007-2008, créditos imobiliários convertidos em produtos financeiros complexos, baptizados RMBS, a investidores, apesar de saber que eram 'tóxicos', isto é, que não tinham qualidade.

 

A potencial coima de 14 mil milhões de dólares é mais do dobro da provisão de 5,5 mil milhões de euros que o banco alemão constituiu para fazer face estas questões legais.

 

O banco também enfrenta investigações sobre outras questões, incluindo manipulação da moeda, negociação de metais preciosos e milhares de milhões de dólares em transferências para fora da Rússia, complicando os esforços do CEO John Cryan para reforçar a rentabilidade e os rácios de capital.

 

Segundo a Bloomberg, na semana passada realizou-se uma reunião à porta fechada entre deputados do SPD, partido que integra a coligação governamental liderada por Angela Merkel, onde ficou patente a preocupação dos políticos alemães com a saúde do banco. 

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