Ao longo da audição, Henrique Granadeiro pouco se referiu a Zeinal Bava. Mas Fernando Negrão, o presidente da comissão de inquérito, quis que o antigo presidente da PT classificasse o ex-líder da Oi.

"Ó sôtor, não me faça essa maldade", começou por responder Granadeiro, sem se querer comprometer.

"É um gestor de mão muito em cima das coisas, com uma capacidade de trabalho invulgar. Com uma capacidade de construir equipas extraordinárias", comentou Granadeiro aos deputados esta quarta-feira, 4 de Março, na comissão parlamentar de inquérito à gestão ao BES e ao GES.

Henrique Granadeiro remeteu para uma declaração antiga da sua autoria em que falava da relação com Zeinal Bava: "Temos defeitos compatíveis e, por isso, não temos problemas de relacionamento".

Aliás, a deputada centrista Cecília Meireles relembrou que, na comissão de inquérito à tentativa de compra da TVI pela PT, já se classificava Zeinal Bava como "um gestor muitos ‘hands on’". "Foi isso que disse", constatou o economista.

Na audição, o ex-líder da PT aceitou responsabilidades pelos 200 milhões de euros. Mas os restantes 697 milhões que foram investidos pela companhia em papel comercial do GES continua sem "paternidade". Granadeiro nunca a quis remeter directamente para Zeinal, daí que Negrão tenha sentido necessidade de perguntar se este era um gestor que olhava para todos os pormenores ou desligado das questões.