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China pede à Anbang que venda activos no estrangeiro

As autoridades de Pequim terão pedido à seguradora que ponha à venda activos internacionais e repatrie o capital para a China. A empresa garante que tem suficiente liquidez e solvência.

Reuters
31 de Julho de 2017 às 13:04
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A seguradora chinesa Anbang, que chegou a estar interessada na compra do Novo Banco em Portugal, está a ser instada pelas autoridades de Pequim a vender os activos que detém no estrangeiro e a repatriar para solo chinês o valor que resulte dessa alienação, avança a Bloomberg citando fontes próximas do processo, não identificadas.

"Actualmente a Anbang não tem planos para vender os seus activos no estrangeiro. (…) Os vários negócios e operações da Anbang decorrem com normalidade e a companhia tem ampla liquidez e níveis de solvência suficientes," garantiu porém fonte da empresa à agência noticiosa.

Entre os activos internacionais da empresa contam-se a oitava maior seguradora sul-coreana, a Tong Yang Life, a seguradora holandesa Vivat, a prestadora de serviços financeiros belga Bank Nagelmackers e a também belga FIDEA Assurances. Além da "jóia da coroa", o Waldorf Astoria hotel em Nova Iorque, comprado por 1.950 milhões de dólares em 2014.

Em 2010 a empresa entrou na área dos seguros de vida e em 2014 lançou produtos com elevada rentabilidade e reembolsos ao fim de dois anos, canalizando os investimentos feitos nesses produtos na China para uma maré de aquisições internacionais.

Um produto em particular – o Anbang Longevity Sure Win No. 1 – terá permitido aumentar em mais de 40 vezes o encaixe com prémios de seguro de vida oferecendo rentabilidades máximas em torno dos 6%, que deu à empresa músculo financeiro para investir mais de 10 mil milhões de dólares em aquisições nos últimos três anos.

Em Junho passado, o chairman do Anbang Insurance Group, Wu Xiaohui (na foto), ficou temporariamente impedido de desempenhar o seu cargo por "razões pessoais". A imprensa local chegou a avançar que Xiaohui tinha sido detido pelas autoridades locais.

O banco central chinês investigou no ano passado violações de regras de controlo de branqueamento de capitais no grupo e em Maio as autoridades impediram temporariamente o ramo vida da seguradora de colocar novos produtos no mercado, coincidindo com um momento em que as autoridades estão especialmente vigilantes em relação à actividade do sector segurador.

Já em Junho as autoridades chinesas começaram a investigar a exposição de vários bancos a grandes empresas locais para aferir se esta relação com os grandes conglomerados pode configurar um risco sistémico. Além da Anbang incluiam-se no rol a Fosun (dona da Fidelidade e accionista do BCP), o grupo HNA (accionista indirecto da TAP com 2,52% do capital), o Dalian Wanda Group ou a Xheijang Rossoneri, um dos donos do clube italiano de futebol AC Milan.

No início de Julho, foi colocada à venda uma fatia das participações empresariais do magnata chinês Xiao Jianhua, desaparecido desde o final de Janeiro. Avaliadas em milhares de milhões de euros, as posições colocadas à venda pela Tomorrow Holdings incluem a presença numa seguradora e num fundo, além de activos bancários.

 

A alienação terá acontecido por pressão das autoridades chinesas, que procuram reduzir o peso da instituição na economia doméstica, onde a Tomorrow Holdings tem participações em mais de 30 empresas financeiras.

A Anbang foi fundada em 2004 contando entre os seus principais accionistas com empresas públicas chinesas. Actualmente, é controlada por empresas que estão nas mãos de uma centena de pessoas próximas do chairman. Os activos da empresa superam os 260 mil milhões de euros e a companhia emprega mais de 30 mil pessoas, de acordo com o site da companhia.

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