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China investiga empréstimos ao maior accionista do BCP e aos chineses da TAP

Pequim está preocupada com a exposição dos bancos chineses a várias grandes empresas e lançou uma investigação. Cinco empresas, incluindo a Fosun ou o HNA Group, procederam a compras de 54 mil milhões nos últimos três anos.

Reuters
22 de Junho de 2017 às 12:40
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As autoridades chinesas lançaram uma investigação à exposição de vários bancos a diversas grandes empresas do país, incluindo a Fosun e a HNA Group, empresas presentes em Portugal. O regulador para a banca - China Banking Regulatory Commision (CBRC) - está preocupado com os riscos sistémicos que os empréstimos a estas empresas representam.

O CBRC está assim preocupado com o "risco sistémico de algumas grandes empresas" para os bancos chineses e se este risco pode ser transmitido a outras instituições, como bancos mais pequenos, avançou o regulador esta quinta-feira, 22 de Junho, citado pelo Financial Times.

A investigação abrange empresas como a Fosun, HNA Group, Dalian Wanda Group, a seguradora Anbang, que esteve interessada no Novo Banco, e Xheijang Rossoneri, que faz parte do grupo que detém o clube italiano de futebol AC Milão.

Estas empresas chinesas compraram activos no valor de 60 mil milhões de dólares (quase 54 mil milhões de euros) em países estrangeiros nos últimos três anos, segundo dados da Bloomberg, o que representa 14% das compras totais de empresas chinesas no estrangeiro durante este período.

As autoridades chinesas têm tentado reduzir as milionárias compras estrangeiras por parte das empresas do país, de forma a ajudar a proteger a moeda yuan de uma maior desvalorização.

O Financial Times avança que a investigação pode ter sido causado por razões políticas pois estas empresas estão associadas a diversas facções políticas. O jornal britânico aponta que as autoridades chinesas estão preocupadas que estas empresas possam ter usado métodos financeiros criativos para comprar activos em diversos países.

A Fosun limitou-se a dizer que este pedido de informações pelo regulador "é normal", segundo a Bloomberg.

A notícia sobre as investigações levou ao afundar em bolsa de várias destas empresas. A Fosun International chegou a cair 9,6% no bolsa de Hong Kong na sessão desta quinta-feira. Também a sua subsidiária Shanghai Fosun Pharmaceuticals recuou 8,9% na bolsa de Xangai.

Já a Dalian Wanda Film afundou 9,9% na bolsa de Shenzen. Esta empresa é uma subsidiária do Dalian Wanda Group - que opera em sectores como a hotelaria, finanças ou imobiliário -, empresa que não é cotada.

A Fosun é liderada por Guo Guangchang (na foto) e, além de ser o maior accionista do BCP, a empresa é dona da maior seguradora portuguesa, a Fidelidade, e da empresa privada de saúde, Luz Saúde. A compra de activos em Portugal pela Fosun atinge quase os 1.500 milhões de euros.

Já os chineses do HNA Group subscreveram 30 milhões de euros em obrigações convertíveis da TAP, através da companhia aérea Azul. Recentemente tornaram-se no maior accionista do Deutsche Bank.

As investigações a estas cinco grandes empresas acontecem depois do presidente do Anbang, Wu Xiaohui, ter sido detido pelas autoridades chinesas no início de Junho. A investigação está a analisar as fontes de financiamento para as compras da Anbang no estrangeiro, possível manipulação de mercado por parte de seguradoras e "crimes económicos", avança a Bloomberg.  

O BCP já esteve a cair mais de 3% na bolsa de Lisboa na sessão desta quinta-feira, no dia em que o regulador lançou a investigação sobre os empréstimos ao seu maior accionista, Fosun.
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