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Carlos Costa critica postura dos bancos na última década

"Nos tempos em que se deviam ter acautelado, enfraqueceram-se as instituições", disse Carlos Costa sobre o período anterior à sua entrada em funções no Banco de Portugal. 

Bruno Simão/Negócios
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Carlos Costa esteve no Parlamento a falar sobre os despedimentos no Novo Banco mas acabou por desdramatizar ao afirmar que a redução de pessoal é extensível a todos os bancos – não só portugueses mas também europeus. Certo é que, em todos os casos, esta presente é resultado de um passado.

 

"Há sete, oito, nove anos, o grande concurso era a apresentação de resultados trimestrais e, aí, saber quem tinha batido o recorde", relembrou Carlos Costa na comissão de Trabalho e Segurança Social, a que foi chamado para se explicar, ao lado de José Berberan Ramalho, vice-governador, sobre a redução de pessoal no Novo Banco.

 

Segundo o governador do Banco de Portugal, há cerca de uma década, havia um "ambiente de euforia, de subestimação de risco, de maximização da distribuição de dividendos".

 

"Nos tempos em que se deviam ter acautelado, enfraqueceram-se as instituições", afirmou Carlos Costa sobre um período em que ainda não era governador do Banco de Portugal e que, portanto, ainda não tinha a sua supervisão. Só em 2010 é que passou a supervisor, ocupando o lugar de Vítor Constâncio.

 

Naqueles anos, disse o governador, "não se reforçou o capital na medida em que seria desejável", "privilegiando-se o presente em contrapartida do risco do futuro". "Estamos [agora] a viver o futuro de um passado não acautelado", adiantou ainda Carlos Costa. Os bancos são "empresas que vão ter de proceder a profundas reestruturações".

 

Por exemplo, o Novo Banco assumiu um compromisso de, até ao final de 2016, reduzir mil funcionários. Com saídas naturais, reformas e rescisões por mútuo acordo, conseguiu cortar mais de 900 postos de trabalho. Os restantes serão alvo de despedimento colectivo e alguns desses estão já impedidos de trabalhar – o que motivou queixas de sindicatos e averiguações da Autoridade para as Condições do Trabalho.

Antes dele, outros bancos receberam ajudas estatais – BCP, BPI, CGD, Banif – e tiveram de reduzir as suas agências, passando depois para diminuição do quadro de pessoal.

 

O deputado comunista Miguel Tiago não gostou desta explicação, dizendo que há casos que provam que a culpa era dos accionistas, que obrigavam os bancos a "assumir riscos que não tinham capacidade de assumir". Algo que, segundo o deputado do PCP, foi "feito por baixo da grande vigilância do Banco de Portugal".

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