Notícia
BE diz que questão do Novo Banco não está resolvida e lembra compromisso de Costa
"Em relação ao Novo Banco, o Bloco de Esquerda mantém tudo o que disse e achamos até estranho que alguém se esqueça do que está em causa neste momento e dos compromissos que foram assumidos. Eu lembro que o parlamento nunca assumiu nenhum prazo nem nenhum montante de injeção no Novo Banco", referiu Catarina Martins, considerando que "se esse prazo existe é no contrato de venda que não passou pelo parlamento".
18 de Maio de 2020 às 19:09
A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou esta segunda-feira que o Novo Banco não é um assunto resolvido, lembrando o compromisso assumido pelo primeiro-ministro de que não haveria mais injeções enquanto o país não conhecesse a gestão da entidade.
"É inadmissível e é irresponsável e não, não está resolvido, e por isso mesmo o Bloco de Esquerda continua a contestar esta injeção e apresentámos no parlamento um projeto de lei para obrigar qualquer injeção a ser aprovada ou não pelo parlamento e para proibir qualquer bónus - passado, presente ou futuro - aos administradores do Novo Banco, um banco que está neste momento a apresentar prejuízo e a viver à conta do erário público", respondeu aos jornalistas Catarina Martins.
Durante uma conferência de imprensa após a reunião com a Associação de Profissionais de Educação de Infância, a coordenadora do BE foi questionada sobre se o episódio do Novo Banco estava encerrado para os bloquistas, depois de o primeiro-ministro ter reafirmado a sua confiança pessoal e política no ministro das Finanças uma vez que aceitou as explicações de Mário Centeno sobre a "falha de comunicação" dentro do Governo.
"Em relação ao Novo Banco, o Bloco de Esquerda mantém tudo o que disse e achamos até estranho que alguém se esqueça do que está em causa neste momento e dos compromissos que foram assumidos. Eu lembro que o parlamento nunca assumiu nenhum prazo nem nenhum montante de injeção no Novo Banco", referiu, considerando que "se esse prazo existe é no contrato de venda que não passou pelo parlamento".
De acordo com Catarina Martins, tal como o parlamento, "o primeiro-ministro também assumiu o compromisso publicamente de que não haveria mais injeções no Novo Banco enquanto o país não soubesse como está a ser gerido o Novo Banco".
Em causa, na perspetiva da líder do BE, não estão as "auditorias técnicas que houve nas várias injeções".
"Todos sabemos do que estamos a falar, é de uma auditoria que seja conhecida por todo o país, que todo o país saiba como é que o dinheiro tem sido gasto, como é que o esforço dos contribuintes portugueses tem sido usado pela Lone Star e se tem sentido ou não e é essa auditoria que não existe", criticou.
Catarina Martins defendeu que "se existia a necessidade de fazer uma injeção em maio então o Governo tinha uma boa decisão a tomar que era tornar essa auditoria pública antes da injeção", considerando que "sempre foi isso que esteve em debate".
"Tudo indica que a gestão do Novo Banco está a ser uma gestão do maior prejuízo ao estado para o maior ganho do acionista privado", condenou, reiterando que "é uma absoluta irresponsabilidade colocar mais 850 milhões de euros do erário público nas mãos da Lone Star sem se dizer ao país o que se passa na gestão do Novo Banco".
Em entrevista à TSF esta manhã, António Costa voltou a considerar encerrada a polémica sobre a transferência de 850 milhões de euros do Estado destinados à recapitalização do Novo Banco, nada esclarecendo sobre o futuro de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças.
Sobre a reunião que teve com Mário Centeno em São Bento, na quarta-feira passada, o primeiro-ministro assumiu que "havia uma parte a esclarecer diretamente" com o seu ministro de Estado e das Finanças "sobre como é que tinha havido uma falha no interior do Governo".
"Foram explicadas as razões pelas quais essa falha existiu. Se não tivesse aceitado essas explicações, obviamente não teria mantido a confiança. Se mantive a confiança, foi porque aceitei as explicações da parte do ministro das Finanças. Acho que estamos esclarecidos", declarou o líder do executivo.
Apesar de questionado com insistência sobre este tema, António Costa referiu apenas que esse assunto relativamente ao Novo Banco "foi esclarecido diretamente" entre si e o ministro das Finanças.
JF (PMF) // SF
Lusa/fim
"É inadmissível e é irresponsável e não, não está resolvido, e por isso mesmo o Bloco de Esquerda continua a contestar esta injeção e apresentámos no parlamento um projeto de lei para obrigar qualquer injeção a ser aprovada ou não pelo parlamento e para proibir qualquer bónus - passado, presente ou futuro - aos administradores do Novo Banco, um banco que está neste momento a apresentar prejuízo e a viver à conta do erário público", respondeu aos jornalistas Catarina Martins.
"Em relação ao Novo Banco, o Bloco de Esquerda mantém tudo o que disse e achamos até estranho que alguém se esqueça do que está em causa neste momento e dos compromissos que foram assumidos. Eu lembro que o parlamento nunca assumiu nenhum prazo nem nenhum montante de injeção no Novo Banco", referiu, considerando que "se esse prazo existe é no contrato de venda que não passou pelo parlamento".
De acordo com Catarina Martins, tal como o parlamento, "o primeiro-ministro também assumiu o compromisso publicamente de que não haveria mais injeções no Novo Banco enquanto o país não soubesse como está a ser gerido o Novo Banco".
Em causa, na perspetiva da líder do BE, não estão as "auditorias técnicas que houve nas várias injeções".
"Todos sabemos do que estamos a falar, é de uma auditoria que seja conhecida por todo o país, que todo o país saiba como é que o dinheiro tem sido gasto, como é que o esforço dos contribuintes portugueses tem sido usado pela Lone Star e se tem sentido ou não e é essa auditoria que não existe", criticou.
Catarina Martins defendeu que "se existia a necessidade de fazer uma injeção em maio então o Governo tinha uma boa decisão a tomar que era tornar essa auditoria pública antes da injeção", considerando que "sempre foi isso que esteve em debate".
"Tudo indica que a gestão do Novo Banco está a ser uma gestão do maior prejuízo ao estado para o maior ganho do acionista privado", condenou, reiterando que "é uma absoluta irresponsabilidade colocar mais 850 milhões de euros do erário público nas mãos da Lone Star sem se dizer ao país o que se passa na gestão do Novo Banco".
Em entrevista à TSF esta manhã, António Costa voltou a considerar encerrada a polémica sobre a transferência de 850 milhões de euros do Estado destinados à recapitalização do Novo Banco, nada esclarecendo sobre o futuro de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças.
Sobre a reunião que teve com Mário Centeno em São Bento, na quarta-feira passada, o primeiro-ministro assumiu que "havia uma parte a esclarecer diretamente" com o seu ministro de Estado e das Finanças "sobre como é que tinha havido uma falha no interior do Governo".
"Foram explicadas as razões pelas quais essa falha existiu. Se não tivesse aceitado essas explicações, obviamente não teria mantido a confiança. Se mantive a confiança, foi porque aceitei as explicações da parte do ministro das Finanças. Acho que estamos esclarecidos", declarou o líder do executivo.
Apesar de questionado com insistência sobre este tema, António Costa referiu apenas que esse assunto relativamente ao Novo Banco "foi esclarecido diretamente" entre si e o ministro das Finanças.
JF (PMF) // SF
Lusa/fim