Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Novo Banco "lamenta" ser usado como "arma de arremesso político"

O banco liderado por António Ramalho diz estar disponível para esclarecer tudo, "mas não pode continuar a assistir a constantes manobras que só prejudicam a sua atividade".

António Ramalho
21 de Maio de 2020 às 11:05
  • ...
O Novo Banco garante estar disponível para esclarecer quaisquer dúvidas sobre a gestão do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES). Mas recusa continuar a ser "usado como arma de arremesso político". Uma reação que vem um dia depois de o primeiro-ministro ter afirmado que se a auditoria à instituição concluir que houve má gestão, o Fundo de Resolução "tem toda a legitimidade" para pedir a devolução do dinheiro injetado no banco. 

"O conselho de administração do Novo Banco não aceita e lamenta profundamente que o bom nome da instituição continue a ser usado como arma de arremesso político e/ou manobras politico-mediaticas", de acordo com um comunicado enviado esta quinta-feira pela instituição financeira. 

O banco salienta que é "seguramente uma das entidades bancárias mais escrutinadas, tanto a nível nacional como a nível europeu, fruto, aliás, do processo que lhe deu origem". E relembra que António Ramalho, CEO do Novo Banco, já "esteve, por várias vezes, no Parlamento a prestar todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados". 

Ainda assim, se ainda "subsistem dúvidas sobre a criação e a forma como é gerido o Novo Banco, como transpareceu, uma vez mais, do debate parlamentar de ontem à tarde, os senhores deputados devem procurar, através de todas as iniciativas, e sublinhamos todas as iniciativas que estão nas suas atribuições, apurar tudo o que quiserem", defende o Novo Banco.

Foi na quarta-feira que António Costa, em resposta à coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que, "se a auditoria concluir que houve má gestão, o Fundo de Resolução tem toda a legitimidade para agir no sentido da recuperação do dinheiro que desembolsou e que não tinha de desembolsar". O primeiro-ministro disse ainda que "sendo o fundo financiado pelos outros bancos, acredito que esses não estejam propriamente disponíveis para financiar a má gestão do Novo Banco".


"O Novo Banco está disponível para tudo esclarecer", refere ainda o banco no comunicado enviado esta quinta-feira. Mas, nota, "não pode continuar a assistir a constantes manobras que só prejudicam a sua atividade, perturbam o esforço de recuperação duramente realizado por milhares de colaboradores do banco, que diariamente servem centenas de milhares de clientes, e esquecem a importância do Novo Banco para a economia do país que ficou bem evidenciada, sobretudo nesta hora de maior dificuldade para as empresas e famílias portuguesas".

Também a política de remuneração dos gestores do Novo Banco tem sido alvo de polémica. Isto depois de o banco ter atribuído prémios de dois milhões de euros aos administradores, um pagamento que só poderá ser feito em 2022 e que está dependente do cumprimento de determinadas metas. Por discordar deste bónus, o Fundo de Resolução descontou este montante ao valor - 1.037 milhões de euros - que iria injetar no banco, referente às contas de 2019. 


(Notícia atualizada com mais informação.)
Ver comentários
Saber mais Novo Banco António Ramalho Lone Star Fundo de Resolução
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio