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Centeno: Não reforçar o Novo Banco seria "iniciar uma crise bancária depois da sanitária"

Mário Centeno, ministro das Finanças, está a ser ouvido pelos deputados na Assembleia da República. O debate arrancou com a justificação do empréstimo de 850 milhões de euros do Estado ao Fundo de Resolução.

Lusa
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Se o capital do Novo Banco não fosse reforçado, "aconteceria o mesmo que em 2015: a capitalização teria de ser feita de forma desordenada e Portugal iniciaria a crise bancária, depois da crise sanitária", defendeu Mário Centeno, ministro das Finanças, esta quarta-feira perante os deputados da comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República.

Mário Centeno arrancou o debate com considerações sobre o impacto da pandemia de covid-19 na economia portuguesa, mas depressa saltou para o tema do Novo Banco e da sua recapitalização. Em causa está um empréstimo feito pelo Estado ao Fundo de Resolução, no valor de 850 milhões de euros, para um novo reforço de capital.

António Costa não foi atualizado atempadamente sobre a concretização desta transação (que estava prevista no Orçamento do Estado) e acabou por dizer no Parlamento que não seria feita antes de estar concluída a auditoria ao banco. Porém, mais tarde Mário Centeno viria a explicar que tinha havido uma falha de comunicação com o primeiro-ministro, corrigindo o Governo a informação inicialmente dada.

Esta manhã no Parlamento, Centeno preocupou-se em justificar a necessidade de reforçar o capital do Novo Banco e frisar que a operação é auditada por cinco entidades: o auditor externo, a comissão de acompanhamento, o agente de verificação, o Fundo de Resolução e o Banco Central Europeu. Mas "nenhuma destas instituições pode solucionar o problema original, que foi a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa", atirou Centeno.

Durante a sua intervenção, Mário Centeno garantiu que a capitalização desordenada feita em dezembro de 2015 custou 1.500 milhões de euros à República, em juros. 

Na sua primeira intervenção, Afonso Oliveira, deputado do PSD, acusou o ministro de estar a "falar para si" e quis saber se a operação foi feita "à revelia" do primeiro-ministro. Mário Centeno negou e contra-atacou: "Não, ninguém fez uma resolução desastrosa, na praia", disse, aludindo indiretamente ao facto de Assunção Cristas, então ministra do Executivo de Passos Coelho, ter respondido sobre a resolução do BES em 2014, à saída da praia.

Mais tarde, em resposta a Mariana Mortágua, Mário Centeno assumiu que "partilha das preocupações" da deputada bloquista sobre o controlo dos reforços de capital que têm sido feitos no Novo Banco, e procurou distinguir os vários tipos de auditorias pedidas ao banco, recusando que existam transferências sem controlo. Centeno reforçou que as injeções de capital feitas no Novo Banco têm um valor neste momento inferior às perdas registadas.

(Notícia em atualização)
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