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Ao contrário da PwC, KPMG nunca chegou a um "extremo" quando auditava o BES

Em 2002, quando aceitou o BES como cliente, a KPMG não tinha razão para não aceitar aquela auditoria. E durante os 12 anos de trabalho, nunca teve grandes dificuldades no acesso à informação, como a sua antecessora PwC.

Bruno Simão/Negócios
28 de Janeiro de 2015 às 17:43
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A PwC foi auditora do Banco Espírito Santo entre 1992 e 2001. A KPMG foi auditora do Banco Espírito Santo entre 2002 e 2014. A primeira saiu porque entrou em divergência com o banco. A segunda nunca chegou a esse "extremo".

 

"Em qualquer auditoria, seja ao BES seja a qualquer cliente, há sempre [problemas]. Posso dizer que, no âmbito do nosso trabalho, nunca houve nenhum impeditivo de acesso à informação que nos levasse a chegar a um extremo", disse Inês Viegas, sócia da KPMG, chamada à comissão parlamentar de inquérito ao BES e GES esta quarta-feira, 28 de Janeiro.

 

Esta é uma posição diferente daquela que foi deixada pela PwC. José Alves, seu presidente em Portugal, explicou na sua audição que a "dificuldade na obtenção de informação dentro da estrutura do próprio BES" tinha sido um dos motivos pelos quais tinha rescindido, por mútuo acordo, o contrato que a unia ao BES. Um outro motivo era o facto de Ricardo Salgado ter, aí, demasiado poder.

 

"Claro que o Dr. Ricardo Salgado tem a sua personalidade forte. Quanto tínhamos reuniões de discussões de conclusões, tínhamos uma diversidade de pessoas como interlocutores, em que discutíamos os assuntos", admitiu a responsável da KPMG que disse que, no seu mandato, Salgado não acumulava os mesmos pelouros que tinha aquando da auditoria da PwC.

 

A outra razão para a saída da PwC da auditoria ao BES, em 2001, passava pelo facto de as contas do grupo não serem auditadas com as várias empresas incluídas (consolidadas). "Esse assunto não nos foi referido", ressalvou Inês Viegas.

 

"Não nos foi transmitida nenhuma reserva quanto à matéria de aceitação de cliente. [Não havia] nada que nos indiciasse que não era aconselhável aceitar aquela auditoria", disse a sócia da KPMG sobre a passagem de testemunho, em 2002. José Alves, da PwC, havia dito que foi explicado que a saída da auditora, "por mútuo acordo", se deveu ao "elevado clima de tensão criado na relação, decorrente das dificuldades na obtenção de prova de auditoria." 

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