David Drumm, antigo CEO do Anglo Irish Bank, foi detido pelas autoridades irlandesas na manhã desta segunda-feira, 14 de Março, depois de ter sido extraditado dos Estados Unidos, onde esteve nos últimos sete anos.

O ex-banqueiro - que se demitiu da instituição um mês antes do colapso, em Dezembro de 2008 - foi acompanhado pela polícia no voo transatlântico com partida de Boston, levado para uma esquadra em Dublin e, de seguida, para um tribunal da capital irlandesa.

Drumm enfrenta 33 acusações, incluindo de fraude e falsificação de contabilidade relativa a transacções do banco que totalizam mais de sete mil milhões de euros. Segundo a imprensa internacional, 16 estão relacionadas com a alegada prestação de assistência financeira ilegal a 16 investidores, numa tentativa de sustentar o preço das acções do Anglo antes do colapso.

O gestor esteve à frente dos destinos do banco entre 2005 e 2008. Em 2009, antes de a instituição colapsar e ter de ser socorrida pelos contribuintes, mudou-se para os Estados Unidos, onde entrou com um pedido de insolvência.  

De acordo com a BCC, o antigo CEO do Anglo Irish terá transferido bens e dinheiro para a mulher, para que não pudessem ser apreendidos durante o processo de insolvência.

No ano passado, as autoridades irlandesas emitiram um pedido de extradição e o banqueiro foi preso em Outubro, na sua residência nos Estados Unidos. Esteve numa prisão de alta segurança em Boston até estar concluído o processo de extradição.  

Os meios de comunicação irlandeses têm-se referido a Drumm como o homem mais odiado do país devido ao seu papel no colapso do banco, cujo resgate custou aos contribuintes cerca de 30 mil milhões de euros. A sua queda desempenhou um papel de relevo no colapso da economia em 2008 e no consequente resgate financeiro dos parceiros da Zona Euro, dois anos depois.

A detenção do antigo CEO da instituição é o culminar de sete anos de investigação por parte das autoridades irlandesas, que recusaram o pedido de fiança de Drumm por existir perigo de fuga.