A justiça irlandesa condenou três antigos banqueiros por conspiração para realizarem uma fraude no valor de sete mil milhões de euros. As penas de prisão irão dos dois aos três anos. Martin Nolan, o juiz responsável pelo caso, disse que as transacções feitas pelos gestores no âmbito deste caso foram "desonestas, enganadoras e corruptas", segundo o Irish Times.

Na base da condenação está um esquema montado por Willie McAteer e John Bowe, antigos executivos do Anglo Irish Bank, e Denis Casey, ex-presidente executivo do Irish Life and Permanent. O tribunal deu como provado que estes três banqueiros criaram um esquema no valor de 7,2 mil milhões de euros para falsear o balanço do Anglo Irish Bank.

Com o banco à beira da falência, foi montado um esquema em que o Anglo Irish Bank passou 7,2 mil milhões de euros para o Irish Life and Permanent, em 2008. Depois, esta entidade reinvestia o dinheiro no Anglo Irish Bank, com esses valores a passarem a contar como depósitos de clientes para criar a percepção de maior solidez do banco. "Até posso entender o desespero do momento e que todos no Anglo queriam salvar o banco. Mas isso não poderia ser tudo", defendeu o juiz.

O antigo executivo do Anglo Irish Bank, Willie McAteer, foi condenado a três anos e meio de prisão. John Bowe, outro dos responsáveis do banco, foi condenado a dois anos e Denis Case, antigo líder do Irish Life and Permanent, foi condenado a dois anos e nove meses.

O Anglo Irish Bank foi uma das entidades que colapsaram durante a crise bancária na Irlanda. Foi nacionalizado e os custos de 25 mil milhões de euros que o Estado irlandês teve com o banco foram um dos factores que forçaram Dublin a pedir um resgate à União Europeia e ao FMI.