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Fiat Chrysler investigada por manipular emissões. Acções em queda inédita

Há um possível novo escândalo de manipulação de emissões poluentes em marcha. A Fiat Chrysler está a ser investigada nos Estados Unidos. São mais de 104 mil carros.

Bloomberg
12 de Janeiro de 2017 às 16:20
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A fabricante automóvel Fiat Chrysler está a ser investigada por uma alegada manipulação de emissões poluentes. As acções da empresa estão registar quedas recorde num único dia, desvalorizando mais de 16% para os 8,78 euros. O cenário levou a que a negociação das mesmas fosse suspensa.

As investigações estão a ser levadas a cabo pelo governo norte-americano, que acusa a fabricante de ter instalado um software que manipulou as emissões de mais de 104 mil carros, concretiza a agência Bloomberg.

A Agência de Protecção Ambiental norte-americana dirigiu um aviso de violação à Fiat Chrysler por alegado incumprimento do Clean Air Act, lei que regula a poluição atmosférica a nível nacional. A empresa terá instalado, sem divulgar, o "software" manipulador das emissões poluentes entre 2014 e 2015.

Em causa estão os modelos Jeep Grand Cherokees e as carrinhas Ram 1500 com motores diesel de três litros vendidos nos Estados Unidos da América. A Fiat Chrysler não respondeu ainda às questões da Bloomberg mas já reconheceu em comunicado que colaboraria com as investigações e assegurou cumprir as regras daquele país.

Segundo o USA Today, a Agência de Protecção Ambiental têm de aplicar uma coima de 37.500 dólares por cada veículos em incumprimento. Tal representaria um custo superior a 3,75 mil milhões de dólares (cerca de 3,5 mil milhões de euros).

Esta semana, e em resposta às pressões do presidente eleito Donald Trump para que as fabricantes automóveis se instalem nos Estados Unidos da América, a Fiat anunciou um investimento de mil milhões de euros. Na prática, trata-se da expansão de duas fábricas no Michigan e em Ohio, criando dois mil postos de trabalho. Os projectos no México ficaram assim em suspenso.



Esta não é a única investigação em curso pelas autoridades norte-americanas à Fiat Chrysler. Em Julho do ano passado, foi noticiado que estaria a ser avaliado se a empresa tinha inflacionado o seu número de carros vendidos.


Na origem das investigações estão as declarações de um vendedor de Illinois, alegando que a Fiat Chrysler tinha manipulado e recompensava os concessionários que falsificassem os dados de vendas. Outros empresários juntaram-se, dando força a esta posição.


As acusações à Fiat Chrysler chegam depois do escândalo Volkswagen, descoberto em Setembro de 2015 nos Estados Unidos da América. O grupo alemão manipulou 11 milhões de carros a gasóleo em todo o mundo. O "software" fazia com que os veículos emitissem menos durante os testes de laboratório. O valor disparava durante a condução em estrada.


Esta semana, a Volkswagen reconheceu a culpa e aceitou pagar 4,3 mil milhões de dólares (cerca de quatro mil milhões de euros) às autoridades americanas devido a este escândalo. É apenas uma das fatias de um bolo que ultrapassa já os 20,5 mil milhões de euros. 

(Notícia actualizada às 16:54)

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