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Fiat poderá tentar fusão com Volkswagen a “médio prazo”

Possibilidade de união entre o grupo construtor italiano-americano e o fabricante alemão, noticiada pelo Milano Finanza, surge numa altura em que a Fiat Chrysler está a ser pressionada por Berlim por causa de emissões poluentes.

Bloomberg
15 de Janeiro de 2017 às 19:44
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O grupo Fiat Chrysler, formado em 2014 com a união da construtora italiana e da marca norte-americana, está a trabalhar num projecto de possível fusão com a Volkswagen, que poderia tomar forma "a médio prazo", avançou este sábado o Milano Finanza, citado pela agência Bloomberg.

O jornal italiano cita um "banqueiro de topo" não identificado e um homem de negócios "há muito com relação próxima" com a Fiat, de acordo com a informação noticiada pela Blomberg.

Para que ocorra tal união, que teria sempre que ser escrutinada pela Concorrência comunitária e norte-americana, a família Agnelli teria de aceitar a diluição da sua actual posição de controlo. Não foram feitos comentários adicionais, nem pela Fiat Chrysler, nem pela Exor, a "holding" de investimento da família Agnelli, contactadas pela Bloomberg.

Berlim pressiona Bruxelas sobre emissões

Este domingo, em entrevista à publicação Bild am Sonntag, o ministro alemão dos Transportes, Alexander Dobrindt, defendeu que a Comissão Europeia deve garantir que os veículos da Fiat Chrysler que violem as regras da União sobre poluição automóvel sejam retirados do mercado.

O governante da Alemanha, país em que o sector automóvel saiu abalado do escândalo da fraude de manipulação do "software" que controla as emissões de gases poluentes pela Volkswagen, defendeu: "As autoridades italianas sabem, há vários meses, que a Fiat, na opinião dos nossos especialistas, usa dispositivos ilegais".

"Até agora, a Fiat recusou em participar na clarificação" da questão, acrescentou Alexander Dobrindt à edição de domingo da Bild, e a Comissão "deve assegurar, em consequência, que seja organizada uma recolha de veículos da Fiat".

Por sua parte, já na sexta-feira passada, dia 13 de Janeiro, o ministro italiano dos transportes, Riccardo Nencini, afirmou que "a insistência do governo alemão depois das respostas dadas pelo ministro italiano é incompreensível".

Para o titular dos transportes de Itália, o Executivo a que pertence está a colaborar com a Comissão Europeia, depois de Bruxelas ter vindo afirmar que as autoridades germânicas expressaram preocupações graves sobre as emissões do Fiat 500x.

Recorde-se que o escândalo das emissões poluentes e o seu encobrimento já custaram à marca alemã Volkswagen mais de 20 mil milhões de dólares (cerca de 18,8 mil milhões de euros).

Nos EUA, a Fiat Chrysler Automobiles está agora a ser investigada pelo departamento de Justiça dos EUA sobre a alegada falha em revelar informação sobre o seu "software" que viola os patamares máximos de emissões poluidoras, avança a Bloomberg, citando fontes conhecedores do processo.

A possibilidade de uma acção criminal sobre as emissões de gases nos veículos a gasóleo surge na sequência da Agência de Protecção Ambiental dos EUA ter revelado, na quinta-feira, que encontrou "software" em 104.000 veículos Jeep Grand Cherokees e Ram 1500s, que possibilitou à Fiat Chrysler exceder os limites de poluição nas estradas.

Embora a administração da Fiat tenha vindo a público desdramatizar a situação, na quinta-feira, 12 de Janeiro, os títulos da fabricante chegaram a recuar 18% no meio da sessão.

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