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Novo escândalo de emissões ameaça Suzuki e Fiat-Chrysler
Em causa estão os modelos Suzuki Grand Vitara e Jeep Grand Cherokee que poderão estar a emitir "níveis inaceitavelmente elevados" de gases tóxicos não detectáveis nos medidores durante os ensaios. Ministério público da Holanda abriu inquérito.
O Ministério Público holandês abriu nesta segunda-feira, 10 de Julho, uma investigação formal para apurar suspeitas de manipulação do software de medição das emissões poluentes em dois veículos automóveis. As marcas visadas são a japonesa Suzuki e o consórcio italo-americano FCA, que junta a Fiat e a Chrysler, noticia a Reuters. Em causa estão os modelos Suzuki Grand Vitara e Jeep Grand Cherokee (na foto) que poderão estar a emitir "níveis inaceitavelmente elevados" de gases tóxicos não detectáveis nos medidores durante os ensaios oficiais, segundo as conclusões da autoridade rodoviária holandesa, que apertou a malha do controlo no rescaldo do escândalo que persegue a Volkswagen desde 2015.
A investigação está centrada na emissão de óxido de nitrogénio em carros a diesel. Ambas as construtoras alegam que as discrepâncias entre as medições feitas em condições de teste e as reais se devem a software destinado a proteger o motor de danos quando submetido a contextos extremos. Esse tipo de software é permitido pela lei europeia. Caberá agora ao Ministério Público averiguar se este argumento corresponde à verdade.
Já no início deste ano, a Agência de Protecção Ambiental norte-americana dirigira um aviso à Fiat Chrysler por alegado incumprimento do "Clean Air Act", lei que regula a poluição atmosférica nos Estados Unidos. A empresa terá instalado, sem divulgar, software manipulador das emissões poluentes entre 2014 e 2015 nos modelos Jeep Grand Cherokees e carrinhas Ram 1500 com motores diesel de três litros.
Depois de as acções da construtora terem caído mais de 16%, o CEO Sergio Marchionne veio a público classificar como um "absurdo disparate" a comparação deste caso ao escândalo de emissões da Volkswagen.
O gestor garantiu, então, que não houve intenção deliberada de manipular emissões e que não era clara a obrigatoriedade em identificar e comunicar à Agência de Protecção Ambiental (EPA) a instalação de "software" desta natureza.
A Bloomberg avançava que o caso da Fiat Chrysler poderia ser resolvido com uma simples actualização da tecnologia instalada. Contudo, a fabricante automóvel não se livraria de coimas que podem rondar os quatro mil milhões de euros.
No caso da Volkswagen, as primeira denúncias remontam a 2015 e foram feitas nos Estados Unidos onde estarão apenas meio milhão dos 11 milhões de carros afectados em todo o mundo pelo esquema de manipulação das emissões da marca alemã. O escândalo já custou à empresa 22,6 mil milhões de euros em coimas e outras despesas, mas a factura final poderá não ficar por aqui.