O CEO da Volkswagen, Mathias Mueller, estima que possa demorar entre dois e três anos para colher os frutos da estratégia que implementou na empresa e que incluiu alterações a fundo, nomeadamente no recurso a novas tecnologias.

O gestor, que enfrenta oposição interna, afirmou, citado pela Bloomberg, que "há quem acredite que isso vai passar eventualmente" e que quando a crise das emissões, que tem custado milhões à empresa, passar, tudo vai estar melhor. Mas Mueller não acredita nesta versão. "Esta empresa tem que se reformar e alinhar com o futuro", salientou.

A administração da Volkswagen está a trabalhar em cerca de 60 projectos para mudar a face da construtora automóvel alemã, incluindo uma maior cooperação entre as 12 marcas e várias divisões, ao mesmo tempo que se prepara para as mudanças tecnológicas que estão a tomar conta do sector e tenta recuperar do escândalo da manipulação das emissões, segundo Mueller.

Entre as inovações está uma aplicação chamada Gatt, que actua num segmento semelhante à Uber e uma nova unidade de negócios que se irá focar em novas opções de mobilidade.

A empresa quer introduzir mais de 30 milhões de carros eléctricos até 2025 e reduzir custos de produção. 

A Volkswagen aumentou de 6,7 para 16,2 mil milhões o montante a colocar de parte para cobrir os custos com o escândalo da manipulação de emissões. A recolha de veículos afectados deverá ascender a 11 milhões em todo o mundo, sendo quase 80% deles no continente europeu.