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Escândalo das emissões continua a pesar nos resultados da Volkswagen

Apesar do dinheiro colocado de parte para o dieselgate, no valor total de 2,6 mil milhões, os lucros do grupo Volkswagen subiram nos primeiros nove meses.

Jochen Eckel/Bloomberg
27 de Outubro de 2016 às 10:57
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O grupo Volkswagen obteve um lucro de 8,6 mil milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, uma subida face aos 3,3 mil milhões registados em 2015.

Um ano depois do dieselgate ter sido revelado, o escândalo das emissões continua a pesar nas contas da marca alemã. A construtora de automóveis colocou de lado 2,6 mil milhões de euros só este ano para fazer face a processos judiciais decorrentes do dieselgate, depois de ter provisionado 6,8 mil milhões de euros em igual período de 2015.

Sem contar com estas provisões, os lucros do grupo ascendem aos 11,2 mil milhões de euros, face aos 10,1 mil milhões de 2015. Só nos Estados Unidos, a marca chegou a acordo com as autoridades para pagar 15 mil milhões de dólares de indemnizações. O escândalo da manipulação das emissões de óxido de azoto nos motores a gasóleos afectam 11 milhões de automóveis em todo o mundo. A marca chegou inclusivamente a perder quota de mercado na Europa entre Setembro de 2015, quando o dieselgate foi revelado, e Setembro deste ano.

As vendas globais do grupo cresceram dos 7,4 milhões para os 7,6 milhões de automóveis. Entre as marcas, a Volkswagen liderou no volume de vendas com 3,2 milhões de automóveis vendidos, face aos 3,3 milhões vendidos em 2015. Segue-se a Audi (1,1 milhões automóveis vendidos), a Skoda (600 mil) e a Seat (400 mil).

"O resultados dos três primeiros trimestres demonstram a força operacional das aliança das marcas do grupo Volkswagen", disse em comunicado Matthias Müller, o presidente executivo da marca.

Mas se as vendas globais cresceram nos primeiros nove meses, os resultados financeiros pintam um retrato diferente. Os lucros operacionais da divisão de carros de passageiros da Volkswagen recuaram de 2,2 mil milhões de euros para 1,2 mil milhões de euros. Esta queda deve-se ao aumento dos custos de marketing em consequência do escândalo das emissões e também aos efeitos cambiais, assim como o volume de vendas.

Já a Audi gerou lucros de 3,9 mil milhões face aos 4 mil milhões de 2015, recuou que se deve aos efeitos cambiais e à competição intensa, mas também à expansão do seu portefólio e à rede de produção mundial da marca.

A Skoda, por seu turno, teve uma subida de 28% dos lucros para 940 milhões à boleia do aumento das vendas. A marca desportiva Porsche também registou um aumento da vendas em 5%, influenciando positivamente os lucros que subiram 12% para 2,9 mil milhões.

A previsão do grupo para o resto do ano é positiva, com a companhia sedeada em Wolfsburgo a esperar vendas superiores a 2015, "apesar das condições de mercado desafiantes, com o volume de vendas a crescer na China".

"Dependendo das condições económicas, os desenvolvimentos das taxas cambiais e o tema do gasóleo, o grupo espera que as receitas de vendas de 2016 atingam os níveis do ano anterior", disse a marca alemã em comunicado. Já os lucros operacionais devem crescer entre 5% a 6%, isto sem contar com as provisões para o dieselgate.
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