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Investigações à Volkswagen atingem o presidente do conselho de supervisão

O ministério pública da Baixa Saxónia está a investigar uma suspeita de manipulação do mercado por parte da Volkswagen. A investigação iniciou-se em Junho, mas agora foi alargada para integrar o actual presidente do conselho de supervisão companhia que à data era administrador financeiro. Isto num dia em que um jornal alemão fala de nova infracção na Audi.

Volkswagen 236,600 mil milhões de dólares
reuters, bloomberg
06 de Novembro de 2016 às 16:05
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A investigação a alegada manipulação de mercado no caso de testes fraudulentos às emissões de gases poluentes por parte da Volkswagen foi alargada ao seu presidente do conselho de supervisão Hans Dieter Pötsch, anunciou a construtora este domingo.

 

De acordo com esse comunicado, os procuradores alargaram a investigação, que se centrava em dois elementos, para integrar também Dieter Pötsch, que antes foi administrador financeiro.

 

A companhia afirma, num curto comunicado, que "baseado na avaliação interna e externa de peritos legais, a companhia reafirma a sua convicção de que o conselho de administração da Volkswagen cumpriu os deveres de informação estabelecidos na lei do mercado de capitais alemão". E concluiu dizendo continuar disponível para colaborar com os investigadores.

 

O gabinete do procurador de Braunschweig (na Baixa Saxónia) anunciou as investigações em Junho, abrangendo o ex-CEO Martin Winterkon e o director de marca da Volkswagen Herbert Diess por suspeitas de terem manipulado o mercado.

 

Segundo a Reuters, a suspeita era de a Volkswagen não teria cumprido o seu dever de informação, na medida em que os possíveis impactos financeiros pelos testes fraudulentos seriam do conhecimento da empresa antes de 22 de Setembro de 2015, data em que o caso foi anunciado publicamente.

 

Winterkorn já tinha em Junho saído da empresa e Diess continua à frente da marca principal.

 

Pötsch assumiu a presidência do conselho de supervisão em Outubro de 2015. Era desde 2003 o administrador com o pelouro financeiro.

 

A Porsche e a família Piech, principal accionista da Volkswagen através da Porsche SE (da qual Pötsch é CEO), declarou, segundo a Reuters, já este domingo que apoiava a administração e partilhou a visão da construtora de que o gestor cumpriu com as regras do mercado de capitais.

 

O segundo maior accionista, o estado federado da Baixa Saxónia, que tem 20% dos direitos de voto, remeteu para os procuradores e tribunais o apuramento dos acontecimentos, acrescentando que Pötsche tem de ser presumivelmente inocente até à conclusão das investigações.

 

Em 2015 foi descoberto que a Volkswagen tinha alterado os testes às emissões de gases poluentes, instalando software que desactivava o controlo da poluição, em mais de 11 milhões de veículos a gasolina. Ainda este fim-de-semana um jornal alemão, o Bild am Sonntag, segundo a Reuters, avançava que o regulador norte-americano da Califórnia terá descoberto outro software dissimulador em veículos da Audi, diferente daquele que tinha sido detectado em 2015. A Audi recusou-se a comentar. Mas no ano passado admitiu que tinha utilizado controlos ilegais de emissões em 85 mil veículos, tendo colocado de lado 752 milhões de euros para cobrir custos com a infracção.

(Notícia corrigida às 17:17 para especificar que Pötsch é presidente do conselho de supervisão)

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