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Terras & Terroir entra na Bairrada com compra da Quinta do Ortigão
O grupo que detém a Pacheca (Douro) e a Caminhos Cruzados (Dão), adquiriu a centenária Quinta do Ortigão, em Anadia. Pedro Alegre mantém a gestão e uma participação minoritária para assegurar “uma transição tranquila”.
Depois de comprarem a Quinta da Pacheca (Lamego) em 2012, a Quinta de São José do Barrilário (Armamar) em 2017 e a Caminhos Cruzados (Nelas) em 2020, os empresários Paulo Pereira e o casal Maria do Céu Gonçalves e Álvaro Lopes acabam de fechar a aquisição da Quinta do Ortigão (Anadia).
Sem revelar o valor do negócio, a administração do grupo Terras & Terroir anunciou esta segunda-feira, 2 de agosto, a entrada na região da Bairrada, depois de terem começado pelo Douro há quase uma década e expandido para o Dão no final do ano passado.
"Com a entrada de novos acionistas no capital da empresa, a Quinta do Ortigão ganha dimensão e visibilidade, mantendo a sua identidade, cimentada ao longo de quatro gerações a produzir vinhos e espumantes de reconhecida qualidade", destaca Pedro Alegre, que mantém uma participação minoritária e a gestão, assegurando assim "uma transição tranquila".
Constituída por 15 hectares de vinhas, nesta propriedade estão plantadas as castas típicas da Bairrada, informa a empresa num comunicado de imprensa. É o caso da Maria Gomes, Arinto e Bical nos brancos; e da Baga que domina nos tintos, complementada pelas castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Cabernet Sauvignon.
Os também donos da Agriberia, maior distribuidora de produtos portugueses em França, sublinham o "percurso profissional com mais de 30 anos a comercializar produtos portugueses pelo mundo" que os leva a "[conhecer] muito bem as várias regiões do país". "Juntamos a essa visão a nossa capacidade de trabalho e de envolvimento das equipas, e estamos certos de estar a trilhar um caminho excecional", acrescentam.
Emigrantes em França, Maria do Céu Gonçalves e o sócio e ex-marido Paulo Pereira entraram no mundo dos vinhos em maio de 2012, com a compra da Quinta da Pacheca à família Serpa Pimentel por um valor a rondar os sete milhões de euros. Na altura, esta propriedade localizada na margem esquerda do rio Douro, em frente à Régua, estava prestes a cair nas mãos da banca.
Volvidos quase dez anos, prometem "continuar atentos ao mercado" e a outras regiões de vinho. Sobre a estratégia para o grupo, dizem no mesmo documento que pretendem "retirar o maior potencial" das regiões onde já operam, mas "mantendo vivas as suas histórias e criando mais-valias", o que "significa produzir vinhos de grande qualidade, receber bem todas as pessoas que queiram conhecer o [seu] trabalho e a forma de estar no mundo dos vinhos e do enoturismo".
A previsão de colheita do Instituto da Vinha e do Vinho aponta para uma produção de 6,5 milhões de hectolitros em 2021.O