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Produção de vinho vai crescer 1%. Douro transforma mais 2 mil pipas

A previsão de colheita do Instituto da Vinha e do Vinho aponta para uma produção de quase 6,5 milhões de hectolitros em 2021. Douro e Alentejo sobem em volume; Açores, Lisboa e Minho terão menos vinho para vender.

30 de Julho de 2021 às 13:22
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A produção de vinho em Portugal deve aumentar cerca de 1% em 2021, em relação à campanha anterior, para um volume total próximo dos 6,472 milhões de hectolitros.

 

Segundo as contas feitas pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), a confirmar-se esta previsão na próxima vindima, corresponde a uma subida de 2% face à média das cinco últimas campanhas.

 

As regiões do Douro e Porto (+20%) e do Alentejo (+5%) são as que, em volume, apresentam maiores subidas homólogas. Estes crescimentos correspondem a aumentos superiores a 250 mil e 50 mil hectolitros, respetivamente.

 

Por outro lado, as regiões dos Açores (-25%), de Lisboa (-15%) e do Minho (-15%) foram as mais afetadas relativamente a 2020. Tejo (-5%) e Madeira (-3%) surgem também com previsões de quebra de produção no documento divulgado pelo instituto esta sexta-feira, 30 de julho.

 

"Os dados recolhidos indicam que na maioria das regiões as vinhas apresentam, em geral, um bom desenvolvimento vegetativo e um bom estado sanitário, apesar de alguma instabilidade meteorológica, perspetivando-se que esta colheita origine vinhos de boa qualidade", frisa o IVV.

O Brasil liderou o aumento nas compras de vinho português em 2020. As exportações aumentaram 3,2% em valor e 5,3% em volume durante o ano passado, ascendendo a um novo máximo de 846 milhões de euros. São os franceses que bebem mais, mas os canadianos que pagam melhor.

Porto com mais pipas, sem lacrar produção

Também esta sexta-feira, o conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) decidiu que na próxima vindima vão ser transformadas um total de 104 mil pipas (de 550 litros cada) de mosto em vinho do Porto, um aumento de duas mil em relação a 2020.

"O quantitativo hoje determinado, a par da continuidade de algumas medidas excecionais para mitigar a crise provocada pela pandemia de covid-19, visam trazer tranquilidade ao setor, contribuindo para contrariar os efeitos desta crise e prevendo-se que estejam assegurados os rendimentos dos viticultores", disse à Lusa o presidente do IVDP, Gilberto Igrejas.

Este acréscimo espelha de alguma maneira as vendas ocorridas neste primeiro semestre. Gilberto Igrejas, presidente do IVDP


O representante do Estado na mais antiga região demarcada do mundo, que tem sido contestado pelos produtores e pelos comerciantes de vinho do Porto, salientou que até serão mais 12 mil pipas, pois em 2020 foi aprovado que 10 mil seriam destinadas para uma reserva qualitativa. "Este acréscimo espelha de alguma maneira as vendas ocorridas neste primeiro semestre", acrescentou.

Como o Negócios noticiou, o Governo recusou financiar a reserva qualitativa no vinho do Porto. O Ministério da Agricultura diz que o mecanismo usado em 2020 para apoiar os produtores do Douro "não tem condições para ser renovado". Em causa estavam cerca de 2,5 milhões para lacrar a produção e repetir medida da Segunda Guerra Mundial.

(Notícia atualizada às 14:55 com informação sobre o benefício de vinho do Porto)
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