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Exportações agroalimentares da UE atingem recorde em 2024. EUA são segundo maior mercado

Os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações agroalimentares da UE, representando 13%, figurando, aliás, como o mercado que mais cresceu face a 2023., com o vinho e o azeite no top 3 das categorias de bens mais vendidas pelo bloco dos 27.

Consumo de azeite virgem extra sofre tombo com aumento de preço.
Luís Guerreiro
08 de Abril de 2025 às 12:43
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As exportações agroalimentares da União Europeia (UE) atingiram um valor recorde de 235,4 mil milhões de euros no ano passado, alimentado por um crescimento de 3% em termos homólogos (+ 6,6 mil milhões de euros).

À luz dos dados divulgados, esta terça-feira, pela Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (AGRI), o Reino Unido manteve-se como o destino "número 1", com uma fatia de 23% (53,9 mil milhões de euros).

os Estados Unidos foram o segundo maior mercado, representando 13% das exportações de bens agroalimentares da UE (com sensivelmente 30,5 mil milhões de euros), figurando, aliás, como o que mais cresceu face a 2023 (+12% ou + 3,3 mil milhões de euros).

Um dado que se reveste de particular relevo no atual contexto da guerra comercial, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado que todos os produtos da UE serão taxas a 20%. As principais categorias de bens agroalimentares vendidos pela UE aos Estados Unidos foram vinho e produtos à base de vinho (17% das exportações da UE em valor), preparações de cereais e produtos de moagem (10%), bebidas espirituosas e licores e azeitonas e azeite (ambos com 9%).

O terceiro maior destino das exportações agroalimentares foi a China, com um peso de 6%, mas teve a maior queda (-9%), seguindo a tendência decrescente iniciada em 2020.

Os preparados de cereais e produtos de moagem, os lacticínios e o vinho lideram a "cesta" das exportações da UE. Com efeito, os maiores aumentos em termos de valor foram registados na categoria que inclue café, cacau, chá e especiarias (+32%), acelerando uma tendência crescente de longa data. Tal ficou a dever-se sobretudo à subida do valor das exportações da pasta, manteiga e pó de cacau (+84%) devido a um forte incremento dos preços (+64%) e dos volumes (+12%).

O segundo maior aumento no valor das exportações do bloco dos 27 em 2024 foi protagonizado pelo setor olivícola (+41% face a 2023) com a venda de azeitonas e de azeite a alcançar os 7,2 mil milhões de euros. Em volume, as exportações cresceram 8% face a 2023, mas ainda permaneceram abaixo dos níveis anos anteriores, o que acabou por ser compensado com preços mais elevados (+34%), levando então a um recorde do valor exportado.

Já as importações da produtos agroalimentares da UE cresceram a um ritmo superior às exportações, com uma aumento ordem dos 8%, atingindo também um novo máximo de 171,8 mil milhões de euros, sobretudo à boleia da escalada dos preços de matérias-primas como o café ou o cacau. Embora insuficiente para inverter o saldo comercial positivo da UE, o excedente atingiu 63,6 mil milhões de euros no ano passado, ou seja, menos 8% do que o recorde verificado em 2023.

O Brasil permaneceu como o segundo maior mercado das importações de produtos agroalimentares da UE (10% do valor total em 2024), seguido do Reino Unido (9% do valor total) e da Ucrânia (8%).

A categoria de bens que a UE mais comprou lá fora foi a que engloba café, chá, cacau e especiarias, a qual representou 18% do valor total das importações, assim como o maior aumento face a 2023 (+47%), atingindo os 30,3 mil milhões de euros).

O segundo maior incremento em valor do lado das importações foi protagonizado pela categoria de frutas e frutos secos (+12%), com as compras a representarem 15% do total, ou seja, 24,9 mil milhões de euros, muito por força da subida de preços (+8%) de forma praticamente transversal, exceção feita aos citrinos.

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