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Exportações agroalimentares da UE atingem recorde em 2024. EUA são segundo maior mercado
Os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações agroalimentares da UE, representando 13%, figurando, aliás, como o mercado que mais cresceu face a 2023., com o vinho e o azeite no top 3 das categorias de bens mais vendidas pelo bloco dos 27.
As exportações agroalimentares da União Europeia (UE) atingiram um valor recorde de 235,4 mil milhões de euros no ano passado, alimentado por um crescimento de 3% em termos homólogos (+ 6,6 mil milhões de euros).
À luz dos dados divulgados, esta terça-feira, pela Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (AGRI), o Reino Unido manteve-se como o destino "número 1", com uma fatia de 23% (53,9 mil milhões de euros).
Já os Estados Unidos foram o segundo maior mercado, representando 13% das exportações de bens agroalimentares da UE (com sensivelmente 30,5 mil milhões de euros), figurando, aliás, como o que mais cresceu face a 2023 (+12% ou + 3,3 mil milhões de euros).
Um dado que se reveste de particular relevo no atual contexto da guerra comercial, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado que todos os produtos da UE serão taxas a 20%. As principais categorias de bens agroalimentares vendidos pela UE aos Estados Unidos foram vinho e produtos à base de vinho (17% das exportações da UE em valor), preparações de cereais e produtos de moagem (10%), bebidas espirituosas e licores e azeitonas e azeite (ambos com 9%).
O terceiro maior destino das exportações agroalimentares foi a China, com um peso de 6%, mas teve a maior queda (-9%), seguindo a tendência decrescente iniciada em 2020.
Os preparados de cereais e produtos de moagem, os lacticínios e o vinho lideram a "cesta" das exportações da UE. Com efeito, os maiores aumentos em termos de valor foram registados na categoria que inclue café, cacau, chá e especiarias (+32%), acelerando uma tendência crescente de longa data. Tal ficou a dever-se sobretudo à subida do valor das exportações da pasta, manteiga e pó de cacau (+84%) devido a um forte incremento dos preços (+64%) e dos volumes (+12%).
O segundo maior aumento no valor das exportações do bloco dos 27 em 2024 foi protagonizado pelo setor olivícola (+41% face a 2023) com a venda de azeitonas e de azeite a alcançar os 7,2 mil milhões de euros. Em volume, as exportações cresceram 8% face a 2023, mas ainda permaneceram abaixo dos níveis anos anteriores, o que acabou por ser compensado com preços mais elevados (+34%), levando então a um recorde do valor exportado.
Já as importações da produtos agroalimentares da UE cresceram a um ritmo superior às exportações, com uma aumento ordem dos 8%, atingindo também um novo máximo de 171,8 mil milhões de euros, sobretudo à boleia da escalada dos preços de matérias-primas como o café ou o cacau. Embora insuficiente para inverter o saldo comercial positivo da UE, o excedente atingiu 63,6 mil milhões de euros no ano passado, ou seja, menos 8% do que o recorde verificado em 2023.
O Brasil permaneceu como o segundo maior mercado das importações de produtos agroalimentares da UE (10% do valor total em 2024), seguido do Reino Unido (9% do valor total) e da Ucrânia (8%).
A categoria de bens que a UE mais comprou lá fora foi a que engloba café, chá, cacau e especiarias, a qual representou 18% do valor total das importações, assim como o maior aumento face a 2023 (+47%), atingindo os 30,3 mil milhões de euros).
O segundo maior incremento em valor do lado das importações foi protagonizado pela categoria de frutas e frutos secos (+12%), com as compras a representarem 15% do total, ou seja, 24,9 mil milhões de euros, muito por força da subida de preços (+8%) de forma praticamente transversal, exceção feita aos citrinos.