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Ministro põe hospitais de São José e Estefânia a salvo da especulação imobiliária

A construção do novo hospital de Lisboa Oriental vai deixar seis hospitais vazios no centro da cidade. O ministro da Saúde garante que pelo menos dois – São José e Estefânia – estarão a salvo da “especulação imobiliária”, mantendo valências clínicas. Sobre os outros nada disse.

13 de Novembro de 2017 às 18:21
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O concurso do novo hospital de Lisboa Oriental deve ser lançado "nas próximas semanas". A nova unidade, que deve abrir portas em 2023, vai substituir seis das actuais unidades hospitalares da capital. Em 2013, a Estamo, que é a empresa pública detentora dos respectivos imóveis hospitalares, apresentou planos (entretanto suspensos) para construir hotéis e edifícios residenciais nos edifícios que vão ficar vazios. Esta segunda-feira, o ministro da Saúde garantiu que pelo menos dois desses hospitais ficarão a salvo da especulação imobiliária.

 

"Lisboa precisa de um pólo de apoio na região envelhecida, na região central da cidade", onde se localizam quase todos os hospitais que serão substituídos pela nova unidade hospitalar. "Acreditamos que o hospital de São José está nas melhores condições para ser esse hospital de proximidade", acrescentou Adalberto Campos Fernandes. Adicionalmente, o Hospital da Estefânia "deve ser convertido, em colaboração com a autarquia, num espaço dedicado à criança e aos jovens".

 

"Não vemos nenhum risco de utilização inapropriada ou de especulação imobiliária nesses dois equipamentos", afiançou o ministro. Estas intenções já não são propriamente novidade, embora na semana passada o ministro tenha dito que "em nenhum" dos seis hospitais", à "partida, será conferida nenhuma utilização especulativa de natureza imobiliária".

 

Desta vez, só o São José e a Estefânia estarão impedidos de serem utilizados para actividade imobiliária. Sobre os Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa, o ministro nada disse. Esta questão tem gerado muita polémica e a "salvaguarda do património público da Colina de Santana" é até um dos pontos do acordo entre Fernando Medina e Ricardo Robles, que permitiu ao presidente da câmara de Lisboa ter maioria absoluta.

 

Não haverá redução de oferta clínica com menos camas, garante Adalberto

Outra das questões que tem levantado polémica é a redução de camas do novo hospital – 875 camas face às actuais 1.340. O ministro diz que não se pode apenas olhar para esse número. "Não podemos ignorar algumas coisas importantes: a taxa de ‘ambulatorização’ cirúrgica nos hospitais está a atingir no final deste ano 65% e o número de doentes saídos não pára de baixar", o que significa que tem diminuído a necessidade de os doentes ficarem internados.

 

Por outro lado, "é preciso também compreender que a abertura [do hospital de proximidade] de Sintra, a abertura [do hospital de proximidade] do Seixal" e a "reformulação do concurso" de parceria público-privada de Cascais, em conjunto com a "ampliação do Garcia de Orta [em Almada] geram um novo mapeamento e uma nova redistribuição das camas na Grande Lisboa", observou o ministro.

 

"A garantia que damos é que em nenhum momento a cidade de Lisboa terá camas a menos face às necessidades técnicas demonstráveis que a prática hospitalar moderna determina", afiançou o ministro.

Dentro de três a quatro anos, Amadora-Sintra e Garcia de Orta estarão descongestionados

 

As novas unidades hospitalares vão ajudar a "descongestionar" a zona da grande Lisboa em "três a quatro anos", antecipa o ministro. "Esta intervenção na área de Lisboa é a maior intervenção estrutural no SNS nos últimos 30 anos, porque o redimensionamento de Cascais permitirá o descongestionamento do Amadora-Sintra". Esse redimensionamento será conseguido com a incorporação em Cascais da "totalidade das freguesias que agora estavam repartidas entre os hospitais de Cascais e Amadora Sintra".


Serão também incluídas no caderno de encargos do concurso público internacional para o hospital de Cascais, cuja PPP termina este ano, não tendo ainda sido lançado novo concurso, as especialidades de "Oncologia e Infecciologia que tinham ficado de fora" no actual contrato, com "todas as implicações financeiras" que isso terá e que atrasaram o lançamento do concurso.

 

Adicionalmente, a abertura do pólo hospitalar de Sintra "em 2019/2020 irá reter grande parte da procura de ambulatório em Sintra" e "todo o trabalho de remodelação" de centros de saúde em Queluz e Amadora ajudarão a descongestionar a zona. As actuais circunstâncias fazem com que o "Amadora-Sintra seja hospital sobrecongestionado, o Garcia de Orta sobrecongestionado".

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