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Trump e Juncker afastam cenário de guerra comercial. "É um grande dia"

"Este é um grande dia para o comércio livre e para o comércio justo", declarou o chefe da Casa Branca após um encontro com o presidente da Comissão Europeia em que ambos acordaram trabalhar em conjunto para reduzir as barreiras comerciais entre os EUA e a UE.

25 de Julho de 2018 às 22:46
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O chefe da Casa Branca, Donald Trump, declarou esta quarta-feira, após um encontro com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que os EUA e a UE estão a preparar conversações destinadas a reduzir as barreiras alfandegárias.

 

O anúncio, feito numa conferência conjunta, animou de imediato os mercados, com as bolsas de Wall Street a prosseguirem no "after hours" os ganhos já registados no fecho da sessão regular, numa altura em que se antecipava um resultado positivo deste encontro.

"Este é um grande dia para o comércio livre e para o comércio justo", declarou Trump, citado pela Reuters. "Estamos ainda a começar as negociações, mas sabemos muito bem onde queremos que elas nos conduzam", acrescentou.

O presidente norte-americano referiu que os EUA e a União Europeia pretendem avançar para um cenário de "zero taxas alfandegárias, zero barreiras não-tarifárias e zero subsídios aos bens industriais que não sejam automóveis".

 

Jean-Claude Juncker também falou, confirmando que ambas as partes chegaram a um acordo. Faltam agora os pormenores sobre como se efectivará este entendimento.

 

Ambos os lados tinham já implementado, de parte a parte, tarifas alfandegárias acrescidas no âmbito da disputa comercial.

 

Agora, com este acordo, Juncker disse que a UE vai aumentar de imediato a importação de soja norte-americana – produto que também está a ser penalizado nas tensões comerciais entre Washington e Pequim – e Trump declarou que irá rever as tarifas adicionais aplicadas pelos EUA ao aço e alumínio do bloco europeu.

Recorde-se que as tensões comerciais começaram a subir de tom quando Trump anunciou tarifas aduaneiras da Casa Branca sobre o aço e alumínio proveniente da China e de outros grandes parceiros comerciais, como a União Europeia e os seus parceiros do NAFTA (México e Canadá).

 

Entretanto, no que respeita ao bloco europeu, a disputa alargou-se aos automóveis. Bruxelas avisou Washington de que se os EUA impusessem novas tarifas aduaneiras sobre a indústria europeia de veículos e componentes de automóveis, a UE responderia na mesma moeda, prejudicando o sector automóvel norte-americano, ao agravar as taxas alfandegárias sobre as exportações norte-americanas de automóveis – avaliadas em cerca de 294 mil milhões dólares.

 

Posteriormente, a 5 de Julho, a chanceler alemã revelou ser favorável a conversações com vista à redução das taxas alfandegárias aplicadas à importação de automóveis fabricados nos EUA. Trump já tinha entretanto dito que também poderia abandonar a ideia de impor tarifas acrescidas se a União Europeia baixasse as taxas alfandegárias aplicadas ao sector automóvel norte-americano.

Agora, com o acordo assumido esta quarta-feira, Trump disse que os EUA irão trabalhar no sentido de "reduzir as barreiras e reforçar as trocas comerciais no domínio dos serviços, dos produtos químicos e farmacêuticos, e da soja". "A soja é um grande negócio", afirmou, acrescentando que a Europa também aumentará a importação de gás natural liquefeito proveniente dos Estados Unidos.

A Alemanha já reagiu a este acordo, considerando-o um "sucesso" capaz de evitar uma guerra comercial e salvar milhões de empregos, refere a Lusa.

 

"Felicitações para @JunckerEU, @realDonaldTrump: o sucesso alcançado pode evitar uma guerra comercial & salvar milhões de empregos! Muito bom para a economia mundial!", escreveu o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, na rede social Twitter.

Também a directora-geral do Fundo Monetário Internacional já reagiu. "Congratulo-me por saber que os Estados Unidos e a União Europeia alcançaram hoje um acordo no sentido de trabalharem conjuntamente para reduzirem as barreiras comerciais e, a par com outros parceiros, reforçarem a Organização Mundial do Comércio", escreveu Christine Lagarde.

 

"A economia mundial só pode sair a ganhar quando os países se empenham, de forma construtiva, em solucionar as desavenças comerciais e de investimento sem recorrerem a medidas excepcionais", acrescentou a líder do FMI em comunicado a que o Negócios teve acesso.


(notícia actualizada às 00:02 de 26 de Julho)

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