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Tensão sobe: China acusa Trump de "chantagem e pressão" e promete retaliar

Era suposto as negociações de alto nível entre a China e os EUA terem sido retomadas, mas por enquanto o clima está cada vez mais tenso, com ameaças de parte a parte.

Reuters
01 de Agosto de 2018 às 11:22
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A tensão entre a China e os Estados Unidos por causa das tarifas comerciais está novamente a subir. Apesar de nas últimas semanas ter sido sinalizada a abertura para voltar à mesa das negociações, esta quarta-feira está a ser marcada por ameaças de parte a parte.

Depois de ser conhecida a intenção de os EUA agravarem a tarifa adicional de 10% para 25% sobre os 200 mil milhões de dólares de importações chinesas que já estavam na mira de Trump, as autoridades chinesas já responderam: "chantagem e pressão" nunca vão funcionar, garantem, prometendo retaliar.

"Se os Estados Unidos tomarem medidas para escalar mais a situação, vamos certamente tomar medidas de retaliação para defender os nossos legítimos direitos e interesses", disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, esta quarta-feira, citado pela Bloomberg.

Apesar de manter a abertura para conversações, o responsável chinês notou que estas tinham de se basear na "igualdade e respeito, bem como nas regras estabelecidas e na credibilidade".

Em causa estão informações, também avançadas pela Bloomberg, de que a administração Trump estará a preparar a subida da taxa prevista para os 200 mil milhões de dólares de importações chinesas, uma medida proteccionista que já tinha sido anunciada, de 10% para 25%. O período de consulta pública desta medida termina a 30 de Agosto, mas se for para aplicar a tarifa agravada de 25% isso terá de ser entretanto comunicado oficialmente.

No mercado, a moeda chinesa, o yuan, continuava esta quarta-feira a desvalorizar contra um cabaz de moedas. Até agora os economistas têm interpretado a perda de valor do yuan como um reflexo da degradação dos fundamentais da economia chinesa, cujo crescimento tem vindo a abrandar.

Contudo, o yuan já está próximo do seu mínimo histórico, o que levanta a questão sobre se politicamente a China não estará já desvalorizar intencionalmente a moeda. É que se o yuan valer menos, as exportações chinesas tornam-se mais baratas, contrariando o efeito da subida de preços provocado pelas tarifas aduaneiras adicionais.
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