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Sócrates diz que é preso político e que a sua detenção visa impedir PS de vencer eleições

Em entrevista conjunta ao DN e à TSF, o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates reivindicou a condição de preso político e atribuiu a sua prisão a uma tentativa de impedir a vitória do PS nas próximas eleições legislativas. Sobre se a política para ele acabou, responde que "pelo contrário", pois "isto ainda agora começou".

30 de Junho de 2015 às 02:36
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José Sócrates rejeita, "indignado", as acusações de ter recebido, directa ou indirectamente, contrapartidas para a adjudicação de contratos. "Rejeito, indignado, essas acusações. Nunca, em nenhuma circunstância, intervim ou recebi contrapartidas com o intuito de favorecer quem quer que fosse em concursos públicos", afirmou em entrevista conjunta ao Diário de Notícias e à TSF, negando que esta situação pudesse ter ocorrido através do seu amigo Carlos Santos Silva.

 

Sócrates diz que todo o processo é "um embuste", uma vez que, até hoje, ninguém o confrontou com quaisquer provas dos crimes de que é suspeito, sublinha a TSF. Para o antigo primeiro-ministro, a única explicação para os "seis meses de abuso, de arbítrio e de mentiras" de que diz ter sido vítima é que a Justiça esteja, neste caso, "ao serviço de objectivos políticos".

 

No balanço que faz do período da sua detenção, Sócrates insiste neste argumento: "Seis meses de prisão preventiva e sem acusação. Seis meses de uma violenta campanha de difamação efectuada e dirigida pela acusação. Seis meses impedido de me defender. Seis meses de ameaças e intimidação ("pessoas próximas ainda em liberdade", julgo ser a linda expressão que usam). Seis meses de abuso, de arbítrio e mentiras. Seis meses de caça ao homem. Ainda assim, não venceram. Dirão, bem sei, que a lei lhes permite um ano de prisão preventiva sem acusação. Mas nem sempre o que a lei permite, a decência autoriza".

 

"Sejamos claros: num processo com óbvias consequências políticas e sociais, em período pré-eleitoral; depois de deterem, prenderem e caluniarem ao longo de seis meses, é muito revelador que não sejam capazes de apresentar o que disseram adquirido desde início - afinal nem factos, nem provas, nem acusação!", declara Sócrates nesta entrevista conjunta ao DN e TSF, já disponibilizada nos respectivos websites.

 

O ex-líder socialista considera também que a sua prisão "visa impedir o PS de ganhar as eleições".

 

Confrontado com o facto de o secretário-geral do PS, António Costa, ter dito no Fórum TSF do dia 8 de Junho que "O PS não pode substituir-se nem à defesa, nem à acusação, nem ao Juiz", José Sócrates respondeu que teve "ao longo de todos estes meses, a solidariedade sem falhas de todo o PS, dos seus militantes e dos seus dirigentes".

 

"Nunca o PS me faltou, e muito menos me faltou agora. Quanto ao resto, eu sei defender-me. Mas não iludamos a questão critica neste processo. Lamento muito dizê-lo, mas, pelas abundantes razões que expus ao longo desta entrevista, tenho a legítima suspeita que a verdadeira intenção da minha detenção abusiva e da minha prisão sem fundamento não foi perseguir crime nenhum mas tão só impedir o PS de ganhar as próximas eleições legislativas", salientou.

 

"A política para si acabou?" – a esta última pergunta, o antigo primeiro-ministro respondeu: "Oh, pelo contrário. Isto ainda agora começou".

 

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