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Sarkozy também anuncia voto em Macron e Mélenchon opta pelo silêncio

O ex-presidente francês juntou-se à frente anti-Le Pen e confirmou que irá votar em Macron na segunda volta presidencial de 7 de Maio. Já Mélenchon afinal não vai anunciar sentido de voto, preferindo não dar nenhuma indicação de apoio quer a Macron, quer a Le Pen.

Reuters
26 de Abril de 2017 às 14:25
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Nicolas Sarkozy confirmou esta quarta-feira, 26 de Abril, que vai votar em Emmanuel Macron na segunda volta das presidenciais francesas, agendada para o próximo dia 7 de Maio.

 

Já Jean-Luc Mélenchon, candidato apoiado pelo movimento França Insubmissa que ficou em quarto lugar na primeira volta presidencial do passado domingo, e ao contrário do que anunciou nessa noite eleitoral, não vai conferir apoio a nenhum dos dois candidatos finalistas, nem a Macron nem a Marine Le Pen, candidata apoiada pela força de extrema-direita Frente Nacional.

 

Numa mensagem publicada nas redes sociais, Sarkozy anuncia que vai retirar-se da vida política activa – assim afastando rumores que davam conta da possibilidade de se candidatar nas legislativas de Junho – e explica que o voto em Macron não representando "qualquer apoio ao seu projecto", é uma "escolha de responsabilidade". Nesse sentido, Sarkozy apelou ao voto da direita e do centro-direita em Macron.

 

Mais do que a opção pelo candidato centrista, Sarkozy integra a frente republicana anti-Le Pen que começou a ser formada ainda no domingo, quando os derrotados do centro-esquerda e do centro-direita, o socialista Benoît Hamon e o conservador François Fillon, prontamente assumiram o apoio a Macron.

 

Para Sarkozy, uma eleição de Le Pen teria "consequências extremamente graves para o país e para os franceses". Entretanto também o presidente ainda em funções, François Hollande, bem como outras destacadas figuras socialistas como o ex-primeiro-ministro, Manuel Valls, já manifestaram o respectivo apoio ao antigo conselheiro presidencial e ex-ministro da Economia.

 

Quem afinal não vai declarar apoio a Macron, nem a Le Pen, é Jean-Luc Mélenchon, o líder da plataforma de esquerda França Insubmissa, que ficou em quarto na primeira volta de domingo. Nessa noite eleitoral, Mélenchon rejeitou pronunciar-se a favor de qualquer dos candidatos que vão à segunda volta, sustentando que, em primeiro lugar, teria de ouvir a posição dos delegados daquele movimento.

 

Numa conferência de imprensa realizada esta manhã, o director da campanha de Mélenchon, Manuel Bompard, revelou que o candidato "não vai dizer em que irá votar na segunda ronda". No França Insubmissa "há muitas opiniões", disse o porta-voz do movimento, Alexis Corbière, defendendo que é importante dar liberdade para que seja feita uma distinção entre o que é uma "escolha íntima e uma escolha pública". Em 2002, Mélenchon apoiou o conservador Jacques Chirac na segunda volta contra o então líder da FN, Jean-Marie Le Pen.

 

Confrontados sobre se tal posição não poderá ser favorável a Le Pen, que depois de ter suspendido a presidência da FN para tentar aparecer na corrida à segunda volta como uma candidata supre-partidária, já apelou ao voto dos apoiantes de extrema-esquerda do França Insubmissa, um eleitorado, aliás, partilhado pelas duas áreas políticas, designadamente no sector operário.

 

Por outro lado, o perfil identitário e soberanista apresentado pelos dois projectos políticos nesta eleição também aproximou de alguma forma as candidaturas de Mélenchon e Le Pen.  Contudo, Alexis Corbière garante estar ao corrente da estratégia inteligente de Le Pen e salienta que "eles têm um discurso enganador". "Ninguém deve votar Frente Nacional. Não devem fazê-lo. Essa opção não existe, pelo menos nós estamos em total desacordo que tal seja encarado como uma opção", defendeu Corbière, citado pelo Le Monde, que remata afiançando que "não temos nada a ver com eles".

Para Mélenchon há três votos possíveis no próximo dia 7 de Maio: voto em Macron, abstenção ou nulo. Ou seja, Mélenchon quer mostrar-se contra Le Pen sem o dizer claramente, assim não se comprometendo com uma manifestação de apoio a Macron.


Uma sondagem da Elabe para a BFMTV mostra que boa parte dos cerca de 7 milhões de eleitores que votaram em Mélenchon não sabem em que votar no segundo turno das presidenciais. Se 53% deste eleitorado prefere Macron, 31% estão indecisos podendo potencialmente optar pela abstenção. Os restantes 16% apoiam Le Pen.

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