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Melhor campanha de Le Pen coloca-a com 40% e mais próxima de Macron
No final da primeira de duas semanas de campanha para a segunda volta das presidenciais francesas, a candidata nacionalista tem recuperado terreno face a Macron e alcança já 40% das intenções de voto. Sondagens mostram que campanha de Le Pen está a ser mais eficiente.
Quando falta pouco mais de uma semana para a decisiva segunda volta presidencial gaulesa, as sondagens mostram que a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, continua paulatinamente a aproximar-se de Emmanuel Macron.
No estudo realizado pelo Opinionway, que foi divulgado esta sexta-feira, 28 de Abril, Le Pen alcança 40% das intenções de voto e o centrista Macron 60%, o que significa que, tendo em conta os inquéritos feitos por este instituto para o Les Echos, no espaço de uma semana a candidata da Frente Nacional recuperou 10 pontos percentuais para o antigo ministro da Economia.
Um outro estudo levado a cabo entre os dias 25 e 27 de Abril que foi hoje conhecido é o do Harris Interactive, que atribui 39% das intenções de voto a Le Pen e 61% a Macron. Já a sondagem realizada pelo Ifop entre 24 e 27 de Abril, revelada ainda na quinta-feira, dá 39,5% a Le Pen e 60,5% a Macron.
#PrésiTrack @opinionway / @ORPI_France pour @LesEchos et @radioclassique :@EmmanuelMacron 60% (+1)@MLP_officiel 40% (-1) pic.twitter.com/5biqiBpOSr
— Frédéric Micheau (@FMicheau) 28 de abril de 2017
O estudo do Opinionway revela ainda que a maior parte dos eleitores franceses inquiridos (42%) considera que nenhum dos candidatos finais está a realizar uma boa campanha ara a segunda volta, contudo 36% acreditam ser Le Pen quem melhor está a dirigir a sua campanha. Apenas 21% consideram a campanha de Macron a melhor.
Exemplos da estratégia de campanha agressiva seguida por Le Pen é a decisão de suspender a liderança da FN para se apresentar como candidata a "presidente de todos os franceses", ou o surgimento, de surpresa, numa greve de trabalhadores de uma unidade fabril da Whirlpool, com encerramento previsto para 2018, enquanto Macron estava a reunido poucos quilómetros com representantes destes funcionários. "Macron está com os oligarcas" e "eu estou junto dos trabalhadores franceses", atirou a candidata que viu a acção de campanha surtir efeito quando pouco depois Macron chegou à referida fábrica debaixo de apupos.
Este cenário parece reflectir-se na evolução de Marine Le Pen nos estudos de opinião, que em poucos dias conseguiu alcançar a marca dos 40% pese embora todos os principais candidatos derrotados na primeira volta tenham apelado ao voto em Macron.
La question @opinionway @tilderparis et @LCI Pour 36% MLP fait la meilleure campagne de 2nd tour contre 21% Macron pic.twitter.com/JWEHSZsgnz
— Bruno Jeanbart (@bjeanbart) 27 de abril de 2017
O conservador François Fillon e o socialista Benoît Hamon apelaram logo no domingo ao voto em Macron, enquanto o esquerdista Jean-Luc Mélenchon optou por não manifestar nenhuma indicação de voto, embora o seu movimento França Insubmissa tenha prontamente indicado que a única opção de voto que rejeita é em Le Pen.
Esta posição de Mélenchon fez com que Le Pen olhasse com especial atenção para esse eleitorado, o que a levou a distribuir um panfleto para captar eleitores do França Insubmissa em que mostra as similitudes programáticas desta plataforma de esquerda com o programa da candidata da FN. A saída da União Europeia, do euro e da NATO, igualdade salarial entre homens e mulheres ou a redução da idade de aposentação para os 60 anos são alguns dos principais pontos em comum.
Eleitores de Fillon e Mélenchon preferem Macron e abstenção
Porém a estratégia da candidata da FN poderá não ser suficiente para rebater a frente republicana anti-Le Pen que começou a ser constituída logo que ficou claro quem seriam os dois concorrentes ao segundo turno. Além dos candidatos já referidos, também o presidente François Hollande, e o ex-presidente Nicolas Sarkozy apelaram ao voto em Macron.
Segundo as sondagens do Harris Interactive e do Ifop, os eleitores que no primeiro turno votaram em Fillon, Mélenchon e também em Hamon, tenderão a votar em Macron no dia 7 de Maio, seguindo-se como segunda possibilidade mais forte a opção pela abstenção e, por último, o voto em Le Pen.
No estudo do Ifop, 45% dos eleitores de Mélenchon vão votar em Macron, 39% deste eleitorado optará pela abstenção e os restantes 16% vão colocar a cruz em Le Pen. Também 45% do eleitorado que escolheu Fillon votará em Macron, embora a maior proximidade programática do candidato conservador face à FN faça com que 24% destes eleitores votem em Le Pen, e apenas 31% prefiram a abstenção.
.@Fiducial @ParisMatch @sudradio @JLMelenchon @FrancoisFillon Tjs moins d'électeurs de JL. #Mélenchon déclarent vouloir aller voter pour E. #Macron au 2nd tour et de + en + font le choix de l'abstention pic.twitter.com/OLYbmsu0j4
— Ifop (@IfopOpinion) 27 de abril de 2017
Mais previsível é a mobilização do eleitorado socialista em torno do seu antigo militante e governante do Executivo chefiado por Manuel Valls. 81% dos eleitores de Hamon vão votar em Macron, 17% vão-se abster e apenas 2% preferem Le Pen.
Já a sondagem do Harris Interactive mostra que o eleitorado Mélenchon votará maioritariamente em Macron (45%) ou abster-se-á (42%), com apenas 13% a admitirem votar em Le Pen. Dos eleitores de Fillon, 42% optam por Macron, 30% pela abstenção e 28% em Le Pen.
.@harrisint_fr poll shows 42% of #Melenchon, 30% of #Fillon voters plan to abstain/spoil ballot in run-off instead of rally to block #LePen pic.twitter.com/eGYpDLeHv1
— Rym Momtaz ??? ????? (@RymMomtaz) 28 de abril de 2017
