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Macron está a um passo de ser presidente de França
O ex-ministro do Trabalho de Hollande, à frente do seu movimento En Marche, venceu a primeira volta das eleições presidenciais francesas e irá defrontar Marine Le Pen a 7 de Maio. Todas as sondagens dão uma vantagem confortável a Emmanuel Macron.
Nem de esquerda, nem de direita, liberal sim, ultra-liberal não. Em poucas palavras é assim que se afirma o homem que venceu a primeira volta das eleições presidenciais francesas e que se perfila como o provável sucessor de François Hollande como presidente de França.
O ex-ministro de Economia, autor de uma polémica e impopular lei do trabalho, reuniu, segundo os resultados provisórios à hora de fecho desta edição, cerca de 24% dos votos, confirmando o favoritismo que lhe davam todas as sondagens. Na segunda volta terá pela frente Marine Le Pen, líder da Frente Nacional (FN), que obteve perto de 22% dos votos. Se os estudos de opinião estiverem correctos, não terá grande dificuldade em vencer a líder da extrema-direita no dia 7 de Maio. A maioria das sondagens aponta para uma vantagem superior a 20 pontos.
E durante a noite de ontem percebeu-se porquê. Como era esperado, à medida que se confirmava quem seriam os dois candidatos a passar à segunda volta começaram a chover os apoios a Macron contra a candidata da extrema-direita. Do candidato conservador François Fillon ao actual primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, passando pelo influente antigo chefe de Governo,
Alain Juppé, até ao líder do partido comunista francês, todos vieram expressar o seu apoio a Macron. Ou melhor, a sua oposição a Marine Le Pen, no que é o reeditar da Frente Republicana que, na segunda volta das presidenciais de 2002, permitiu a Jacques Chirac conquistar mais de 80% dos votos na corrida contra Jean-Marie Le Pen, fundador da FN e pai da actual líder.
Já Jean-Luc Mélenchon, com 19% dos votos, optou por não manifestar apoio a nenhum dos dois candidatos finalistas, dizendo que a sua candidatura (França Insubmissa) não lhe conferiu esse mandato e remetendo para o próprio movimento essa decisão, que será tornada pública.
Quem também já anunciou o apoio a Macron foi o seu ex-colega de Governo e rival Benoît Hamon, o candidato do PS francês que com 6% registou um dos piores resultados de sempre dos socialistas. Não sendo ainda possível medir as consequências da hecatombe do PS francês, em França fala-se no risco de "pasokização" dos socialistas.
Com apenas 39 anos, o vencedor desta noite eleitoral quer "renovar França" e ajudar a "refundar a Europa". Em contraponto a Le Pen, Macron promete "juntar todos os franceses" contra "a ameaça nacionalista" e responder à "vontade de mudança" rompendo com um "sistema" de alternância entre os dois partidos que governaram o país nas últimas décadas.
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